Esta tosse não melhora!

Paciente do sexo feminino, 62 anos de idade, não tabagista, com queixa, há 3 meses, de emagrecimento, fraqueza, tosse seca intensa e persistente associada a desconforto torácico. Resolveu, então, remarcar a consulta que havia perdido na sua UBS. O médico a examinou e solicitou exames complementares. A radiografia simples de tórax apresentou nódulo pulmonar em lobo inferior direito com 3,4 cm. Com os dados da anamnese, do exame clínico e dos exames complementares, principalmente da radiografia de tórax, o médico fez a hipótese diagnóstica de neoplasia de pulmão e encaminho a paciente para o ambulatório de especialidades médicas, quando foi examinada por um cirurgião torácico que confirmou a hipótese diagnóstica e solicitou novos exames. A Tomografia Computadorizada (TC) mostrou uma massa de contornos espiculados (3,4 x 3,2cm) em lobo inferior direito, com infiltrado intersticial ipsilateral compatível com linfangite pulmonar carcinomatosa, linfonodomegalia mediastinal bilateral e linfonodomegalia supra-clavicular esquerda (1,4x0,9cm). A broncoscopia com biópsia transbrônquica evidenciaram a presença de um carcinoma de pulmão de células não pequenas, não escamoso e com a presença de mutações ativadoras do EGFR.

Clinicamente a paciente apresentava um bom estado geral com “performance status” (PS) zero. O exame de ultrassonografia de abdome total foi normal e a dosagem plasmática do antígeno carcinoembriogênico foi de 95,8ng/ml. O estadiamento clínico foi   T2N3M0 = III-B. Indicada quimioterapia (QT) como tratamento sistêmico, foi indicado atezolizumabe, como terapia alvo, em combinação com bevacizumabe, paclitaxel e carboplatina.

A paciente continua com o mesmo tratamento. O PS = 0 se mantém, com ganho ponderal, sem queixas respiratórias ou álgicas e mantendo atividade laboral regular. A última TC de tórax demonstrou resposta parcial sustentada, de acordo com os critérios de Choi e CEA=20ng/ml.

 

Última atualização: segunda-feira, 18 nov. 2019, 12:18