Trabalho

“O trabalho é considerado fadiga e condenação, hoje podemos começar a falar do
trabalho de todos como atividade e expressão. Isso significa, então, que não se
poderá mais falar do trabalho como uma quantidade, como uma repetição, como
uma simples alienação, em suma, como uma entidade física. Certamente, a
atividade laboral é quantificável, ela expressa maiores ou menores intensidades,
é mensurável (e, nessa medida, é alienada), mas não poderá ser simplificada até
o ponto de ser reduzida a uma quantidade temporal (e a uma relação fixa
atividade-tempo) e portanto a uma dimensão de pura alienação. Para dizê-lo de
outra forma, o trabalho que produz valor é antes atividade criativa; depois
poderá ser, eventualmente, medido e/ou alienado. Conseqüentemente, o
trabalho real, ou seja, complexo, não poderá mais ser considerado um
assemblage de cotas de trabalho simples, mas uma concatenação de atividades
criativas, isto é, cooperação produtiva. “

 

O autor afirma que no espírito do novo capitalismo, há uma desproporção entre
tempo de trabalho e tempo de produção. O tempo do trabalho seria o momento de interrupção do tempo da produção. A segunda desproporção se
associa ao fato de o tempo de produção conter o tempo do não-trabalho, momento em que a cooperação produtiva se radica. A vida e trabalho tornam-se então cada vez mais processos sociais sobrepostos.  

 

Fonte: Negri, 2003, p.254

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