Capitalismo de pedágio

"...estamos passando de uma era em que havia produtores e compradores, para uma era em que há fornecedores e usuários. A mudança é profunda. Na prática, não compramos mais um telefone (ou a compra é simbólica). Mas pagamos todo mês pelo direito de usá-lo, de nos comunicarmos. Pagamos também para ter acesso a programas de televisão um pouco mais decentes. Já não pagamos uma consulta médica: pagamos mensalmente um plano para ter direito de acesso a serviços de saúde. A nossa impressora custa uma bagatela, o importante é nos prender na compra regular do toner exclusivo." (DOWBOR 2010)

"Rifkin define esta tendência como caracterizando «a era do acesso». No nosso A Reprodução Social já analisamos esta tendência, que caracterizamos com o conceito de «capitalismo de pedágio». Basta ver o montante de tarifas que pagamos para ter direito aos serviços de um banco, ou como os condomínios de praia fecham o acesso a um pedaço de mar, e na publicidade nos «oferecem», como se as tivessem criado, as suas maravilhosas ondas. O acesso gratuito ao mar não enche os bolsos de ninguém. Fechemos pois as praias." (DOWBOR 2010)

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DOWBOR, Ladislau. Da propriedade intelectual à economia do conhecimento (Primeira parte). Economia Global e Gestão,  Lisboa,  v. 15,  n. 1, abr.  2010 .   Disponível em <http://www.scielo.gpeari.mctes.pt/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0873-74442010000100002&lng=pt&nrm=iso>. acessos em  21  nov.  2013.

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