Tempo presentificado

O tempo presentificado é medido em instantes. “Um tempo aparentemente fixado no presente e afirmado pela razão instrumental se coloca como questão definitiva na constituição da subjetividade, na transformação das relações humanas e sociais e na forma de lidar com o tempo. Esse tempo administrado obstaculariza as “experiências” que reinserem o sujeito na universalidade.” É um tempo vertiginosamente “sem tempo” que não se articula para constituir o passado.

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De acordo com a autora, a única certeza é de que tudo que existe, existe no tempo, porém ele é também uma categoria sociocultural e, portanto, suas características mudam com o desenvolver da história. Assim, atualmente não há mais passado formador do “eu”. Os blogs contemplam uma coleção de tempos presentes, que visam uma espetacularização do mesmo.

Ela faz uso da metáfora de Roma e Pompéia, introduzida por Sigmund Freud. Roma é a multiplicidade das camadas em parcelas, um tempo da acumulação em fragmentos. Pompéia é a totalidade preservada em um momento singular, a captura de um instante em sua totalidade. Assim, para Sibilia, os blogs são retratos instantâneos de momentos presentes que vão passando, mas não constituem um passado à moda antiga. Eles são uma coleção de Pompéias petrificadas em ordem cronológica.


Autora:

Paula Sibilia

A vida como relato na era do fast-forward e do real time: algumas reflexões sobre o fenômeno dos blogs. Porto Alegre, v. 11, n. 1, p. 35-51, jan./jun. 2005.

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