“Na economia do imaterial o saber tornado força produtiva principal manifesta-se como algo que não pode ser mensurado e, mais do que isso, ele é apreensível na dimensão da vida cotidiana, nas horas diárias de não trabalho, no tempo livre, tornando-se este produtor de valor-conhecimento.”
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De acordo com o autor, a economia do imaterial é algo, a princípio, imensurável. Uma atividade não imposta ou forçada, mas sim uma que as pessoas realizam de livre e espontânea vontade, tornando-se produtor de tal conhecimento. Assim o trabalho imaterial se distingue do trabalho abstrato; trata-se de uma atividade que o foco não é a força humana de trabalho, e sim, no conhecimento e subjetividade produzida.
Nesta economia do imaterial, a produção de conhecimento livre e espontâneo, por ser difícil de mensurar, cria um cenário em que muitas organizações utilizam do conhecimento subjetivo produzido por seus funcionários como fonte de “riqueza”. Neste panorama, a força de trabalho fica desvalorizada em relação à produção cognitiva. Assim, podemos levantar algumas questões, tais: Este conhecimento subjetivo produzido pelas pessoas é recompensado de alguma forma? Seria viável um benefício econômico? Será uma nova forma de exploração, agora da intelectualidade do trabalhador?
Autor:
CAMARGO, Sílvio. Considerações sobre o conceito de trabalho imaterial.