“Conhecimento pode se referir àquilo que é formalizado, como é o caso do conhecimento técnico-científico, que historicamente foi aspecto fundamental de valorização do capital.”
“O saber é, antes de tudo, uma capacidade prática, uma competência que não implica necessariamente conhecimentos formalizáveis, codificáveis. A maior parte dos saberes corporais escapa à possibilidade de uma formalização. Eles não são ensinados; aprendem-se-nos pela prática, pelo costume, ou seja, quando alguém se exercita aquilo que se trata de aprender a fazer. Sua transmissão consiste em apelar à capacidade do sujeito se produzir a si próprio (GORZ, 2005, p. 32).”
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De acordo com o artigo, há uma importante diferencia no âmbito da imaterialidade do trabalho, nas definições de conhecimento e saber. Historicamente, o conhecimento refere-se àquilo que é formalizado, comprovando, de grande relevância para o sistema capitalista e do ambiente objetivo. Já o saber refere-se a aprendizados cotidianos, relacionados à cultura e costume de um povo, às experiências externas ao mundo científico, sendo este “saber” o novo foco e base da produção da riqueza capitalista.
No sistema onde a valorização do imaterial é importante, o saber tornar-se mais essencial do que o conhecimento. É a partir dele que a subjetividade é criada como um meio de compartilhamento de informações e cultura.
Autor:
CAMARGO, Sílvio. Considerações sobre o conceito de trabalho imaterial.