Subjetividade coletiva

O conceito de subjetividade coletiva é apresentado no ensaio Ciber espaço e acumulação de capital: subsunção intelectual e espoliação em rede, de Arakin Monteiro. Arakin usa esse conceito para falar sobre seus objetos de observação no ensaio: o google e o orkut, que no seu processo de acumulação de capital trabalham com a captação da subjetividade coletiva.

"[...] justifica-se pelas características específicas de seu processo produtivo – a prestação de serviços em buscas na Internet - e que, na análise objetiva de seu processo de trabalho, nos permitem compreender como o substrato da subjetividade coletiva colocada no processo interativo da rede, pode ser espoliado e, por meio do trabalho vivo, ser transformado em uma mercadoria-informação (que pode servir diretamente como objeto de consumo, ou indiretamente, como meio de produção)."

Seria o Orkut, nesse sentido, um mecanismo de captação da subjetividade coletiva com vistas à rentabilizar o banco de dados da Google? Em que medida e de que maneira, os interesses dos usuários estariam sendo usados como insumos e instrumentos de controle para este fim?

Estas constatações em torno da crescente relevância da captação da  subjetividade coletiva no processo interativo da rede, poderiam nos levar à equivocada tese defendida pelos entusiastas do trabalho imaterial, em que na “sociedade pósindustrial”, com “empresas pós-fordistas” de “produção pós-taylorista”; neste momento em que “encontramo-nos em tempo de vida global, na qual é quase impossível distinguir entre o tempo produtivo e o tempo de lazer”, estaríamos evidenciando uma “integração do consumo na produção” com a “construção do consumidor/comunicador” (LAZZARATO; NEGRI, 2001, p.45).

 

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