Relatório sobre a 1ª visita a Escola Estadual Senador Adolfo Gordo.
Como primeiro passo nos foi pedido que realizássemos uma pesquisa sobre a Escola em questão e por isso recorremos à internet, onde buscávamos não somente a localização da escola como qualquer menção a ela.
Tivemos certo desapontamento de achar várias notícias pejorativas, tais como a menção a um professor que entrou armado na escola, um vídeo no Youtube onde a Secretária Executiva da OAB Cremilda Estella Teixeira repudia e acusa a escola de dar uma prova com conhecimento muito além de um estudante dentre outras coisas.
Com isto em mente chegamos a escola às 6:50 no dia de 21 de março de 2013. Enquanto esperávamos por nossos colegas e pela Professora Vera Bohomoletz Henriques, ouvi uma conversa do coordenador, o Sr. Vinícius com um policial a respeito do porque ele ter ido ao IML no dia anterior. Depois nos foi relatado pelo mesmo que um aluno de 5ª série com 14 anos primeiramente golpeou a nuca do inspetor enquanto este o retirava do banheiro feminino. Em seguida partiu para agredir o Coordenador Vinícius que após esquivar-se da maioria dos golpes escorregou em uma carteira e enfim também foi acertado por este aluno. Em virtude disso tudo o aluno foi encaminhado a Delegacia onde compareceram a avó do menino e uma série de testemunhas da escola. Foi-nos relatado que a avó chegou à delegacia com extrema prepotência dizendo que era a palavra do neto dela contra todos da escola, que queria chamar logo a delegada para agilizar aquilo tudo pois ela estava perdendo horas de trabalho. Um policial que passava identificou o menino como sendo um conhecido transgressor, e por ter inúmeras passagens na polícia foi encaminhado a Fundação Casa.
Finalmente após relatar-nos tudo isso é que começou a nossa visita a escola, onde o Coordenador Vinícius nos guiou e conseguiu retirar a má impressão que havíamos tido. Após um breve tour pela parte mais burocrática da escola, onde ficavam a sala dos professores, sala de reunião, secretária e diretoria nos encaminhou ao andar superior onde nos foi dito que ali eram destinado os 2º e 3º colegiais. Olhando pelas portas entreabertas, percebemos que havia uma certa ordem dentro das salas, inclusive em uma sala com aula vaga por falta de uma professora. Ele nos foi dito que alguns colégios que só possuem o ensino fundamental I e II acabam por encaminhar para a Adolfo Gordo os alunos que migrariam para o ensino médio e que estes chegam com outras concepções sobre a escola, e que ele leva cerca de 1 ano (1º colegial) para que ele consiga ensinar, educar e mostrar a responsabilidade para estes alunos, e que quando enfim chegam aos 2º e 3º anos já estão mais responsáveis. O corredor estava agradavelmente em silencio e não havia pichações nas paredes.
Em seguida fomos levados ao andar de baixo onde ficam os 1º anos. Estas salas eram um pouco mais barulhentas, os corredores possuíam algumas pichações e quando havia uma aula vaga, em vez de permanecerem nas salas de aulas como fazem os dos 2º e 3º anos, saiam para o pátio.
Adiante nos foi mostrado os corredores onde ficam os 6º à 9º anos. Além de ser incrivelmente mais barulhento, com maior algazarra havia mais pichações nos corredores e as portas recém reformadas estavam depreciadas a ponto de terem arrancado a maçaneta.
Nos foi dito que justamente estas crianças vinham de outros 3 colégios periféricos da região, entre eles o colégio Tripoli, de onde veio o menino do relato anterior. Segundo Vinícius, principalmente os alunos do Tripoli chegam completamente analfabeto e com grandes problemas comportamentais.
Em seguida nosso tour se estendeu a biblioteca, que apesar de ter um grande acervo, tanto de livros didáticos como de literatura encontrava-se “momentaneamente” desativada, pois ainda haviam caixa com livros novos que estavam por ser organizados.
Seguimos para uma sala destinada a tratar de alunos com deficiência auditiva e apesar de simples e pequena, ela contava com uma série de livros especializados, modelos do corpo humano e nos pareceu um belo trabalho.
Seguimos para o laboratório, e aí nossa decepção foi grande. Além de ele estar inutilizado devido a ter servido de depósito, estava abarrotado de livros didáticos em excesso. Livros esses que nos foi confidenciado que deveriam ter as capas arrancadas e fossem jogados ao lixo. Questionamos se ele não poderia fazer uma doação para as bibliotecas, instituições ou até mesmo para a comunidade, e ele disse que a burocracia e o jogo de poder entre, município, estado eram muito complicados. Me lembrei da estupidez nazista de queimar livros.
Por fim nos foi comentado os projetos que eles ambicionam implementar no colégio, como reformas, exposição de mapas nos corredores, paisagismo e para isso ele contará com a ajuda de uma empresa.
Links relacionados as notícias
http://www.istoe.com.br/reportagens/31381_UMA+LICAO+DE+VIOLENCIA acessado em 18/03/2013
acessado em 18/03/2013
http://www.facebook.com/pages/escola-estadual-senador-adolfo-gordo/117852341573502 acessado em 18/03/2013