Nome:

Helton C. Martinez

Turma:

3º B

Relato:

Essa aula foi atípica. A professora foi convocada para participar de um encontro de educadores da diretoria de ensino centro-oeste. Ela havia submetido um trabalho realizado com os alunos da Andronico e seu trabalho foi um dos escolhidos para apresentação. Na noite anterior à aula, havíamos conversado sobre a sua ausência na aula de laboratório (devido ao evento) e havia me pedido para que eu entrasse em contato com a escola e verificasse a possibilidade de adiantar a aula para o 3ºB, caso houvesse aula vaga. No dia seguinte, com a vice-diretora, confirmei que haveria a 3ª aula vaga para a turma e portanto, me prontifiquei a adiantá-la. Porém, ocorreram três coisas: a primeira, cheguei em cima da hora (atrasado, portanto); a segunda, a inspetora da escola não havia comunicado aos alunos que eu adiantaria a aula; e terceira, na 3ª aula, o laboratório já estava sendo utilizado por um outro professor. Conversei com a vice-diretora e ficou acertado que eu adiantaria a 5ª aula (aproveitei e verifiquei se o laboratório seria utilizado naquela aula).

Tudo certo!

Nesse meio tempo de espera, fiquei com alguns alunos do 3º B no pátio. Era um dia em que os alunos do Andronico estavam todos fantasiados. Haviam diversas “tribos” (como eles denominavam): crianças, líderes de torcida, mendigos, roqueiros, e outras coisas que não identifiquei. Conversei com algumas alunas. O vestibular é sempre um assunto recorrente. Uma aluna tem a intenção de prestar medicina e já tem em mente que passará por dificuldades. Achei superlegal e disse a ela que não desistisse. Por conta do intervalo e do que estava acontecendo, acabei me separando dessas alunas e fui ver o “evento” do intervalo. Tocavam diversas músicas, e as “tribos” se juntavam na dança. Vendo tudo aquilo me fez refletir sobre o potencial que existe em adequar essas atividades “extracurriculares” com as atividades “curriculares” da escola, tornando, assim, as atividades no espaço escolar mais significativas (para a comunidade escolar como um todo).

(Em um determinado momento fiquei dedilhando um violão emprestado de uma aluna do 3º B)

Enfim, a 5ª aula (devo esclarecer, que as aulas do 3º B, as sextas, acontecem na última aula, 6ª aula). Uma das alunas disse, em um tom de brincadeira, que eu teria problemas, pois estava sem a professora. De fato, não houve problemas no sentido que eu pudesse atribuir à ausência da professora. Claro, esse fator teve uma parcela de contribuição no sentido da aula ter sido diferente das aulas anteriores. Como disse no início, foi uma aula atípica. Porém, ela aconteceu. Só não terminei o espectroscópio.

Ah! Sim, esqueci! Aula de laboratório era destinada à confecção de um espectroscópio. A professora já havia me alertado que os alunos apresentam uma espécie de inércia na realização da atividade. Por exemplo, foi necessário que a professora constantemente chamasse a atenção dos alunos em relação ao tempo e em relação ao foco (a atenção) que eles deveriam ter para que pudessem terminar a confecção do espectroscópio naquela aula. Nesse espírito, conversei com eles no início da aula, alertando-os para a atividade e que, se possível, concentrassem ao máximo para que pudéssemos terminar naquela espaço de aula. Expliquei parte do procedimento, e que, no decorrer da evolução da feitura do aparato, eu iria dando mais coordenadas a respeito do que fazer. Na verdade só a conversa não foi suficiente, eu precisei passar de bancada em bancada para dar um “ânimo” para que eles terminassem e, o mais problemático, foi a minha vivência do que significa a “heterogeneidade dos alunos”. Como cada um possui um grau de: envolvimento com o que foi proposto; habilidade manual; entendimento do que eu passei através da fala e dos gestos (risos), em muitos momentos, eu passava atender individualmente, pois cada um estava em estágios diferenciados da atividade. Fora os casos em que os alunos “perdiam o seu material” ou que chegaram atrasado para a aula ou que haviam outras coisas mais interessantes pra fazer como praticar “air drums”. E isso foi complicado.

Não! Na verdade, o mais complicado, foi que eu saí com a sensação de que eu fiz algo errado. Em suma, acabei me estressando na aula em algumas vezes. E acabei excedendo nas “chamadas de atenção”. E em um determinado ponto da atividade, notei que a minha explicação não foi suficiente e ou, teve alguma falha (tenho muita dificuldade em ser claro com as coisas que quero passar).

Bem, no final, os alunos me entregaram aquilo que eles haviam feito e eu disse a eles que a professora Danila retomaria com eles em um outro momento.

Anexos: