4. Indução

 Vimos na Seção 3.2, usando a Relatividade Especial, como cargas elétricas em movimento (corrente elétrica) gera (induz) um campo magnético em sua vizinhança. Do ponto de vista prático, este campo magnético produzido por uma corrente elétrica gera uma força numa carga elétrica teste em movimento que pode ser verificada experimentalmente. Essa força é idêntica à força de Lorentz, já conhecida experimentalmente usando ímãs para gerar campos magnéticos ao invés de correntes elétricas. Do ponto de vista da Relatividade Especial, se uma carga elétrica em movimento, portanto um campo elétrico variando no tempo, gera um campo magnético, então um campo magnético variando no tempo deve gerar um campo elétrico. Em suma, no fenômeno da indução, um campo de um tipo (elétrico ou magnético) variando induz o surgimento de um outro tipo de campo (magnético ou elétrico). Esse fenômeno da indução é um efeito relativístico. As relações entre campos variando e campos induzidos estão contidas nas duas últimas equações de Maxwell.

 Vamos contextualizar. Maxwell apresentou suas equações em 1861. Einstein nos apresentou a Relatividade Especial somente em 1905. Portanto, o fenômeno da indução foi descoberto experimentalmente antes da Relatividade Especial. De fato, os efeitos da indução eletromagnética foram verificados experimentalmente, de forma magistral, por Ampère em 1823 e por Faraday em 1832. Embora os efeitos elétricos e magnéticos fossem conhecidos, separadamente, há milênios, coube a Ampère e Faraday mostrar suas inter-relações pela primeira vez. A Relatividade Especial reforçou estas inter-relações.