1. Introdução

Desejamos retratar casos de Covid-19 no Brasil, transformando números de casos (acumulados) em uma curva suave, como uma fotografia que captura uma cena. Neste caso, o cenário é a situação atual dos casos de Covid-19, atualizada mensalmente. A conjectura básica é que tanto os casos acumulados de contaminações quanto de mortes sejam descritos por uma tangente hiperbólica, a função modelo.

Esperamos que o uso de uma função modelo possa servir como uma referência (até mesmo visual) para tirarmos conclusões ao olharmos para os dados de Covid-19 acumulados diariamente e/ou semanalmente. Quantos dias ainda restam para se chegar ao meio do caminho (ponto de inflexão)? Quantos dias ainda restam para se chegar à estabilização? Uma nova onda de contaminações está a caminho? Como estão as taxas de crescimento (rapidez e aceleração) dos casos? Estas são questões relevantes que podem ser quantificadas com o uso de uma função modelo.

As previsões apresentadas variam diariamente, principalmente em situações onde os casos de Covid-19 ainda estão no início e/ou não há testes em massa. Testes em massa (em grande quantidade e periódicos) conferem mais confiabilidade a qualquer modelo. A falta de testes em massa coloca em risco qualquer tentativa de previsões. Realizar testes em massa, regularmente, e seguir as recomendações internacionais de segurança podem garantir estimativas confiáveis e, o mais importante, podem diminuir casos de infecções e salvar vidas. Vidas são importantes. Devo também mencionar que este trabalho é um exercício de "reconversão'' de um Físico Teórico, durante esta pandemia, que não é especialista em Estatística e muito menos em Imunologia. Fique em casa!

Figura 1. SARS-CoV-2 por Parks-Smith. Esse vírus acopla nas células humanas ACE2 (parte inferior), presentes principalmente no trato respiratório. Ele usa nossas células como fábricas de produção de cópias a partir de seu RNA. Esse vírus tem cerca de 100 nm (um décimo da milésima parte de um milímetro).