8. O desenvolvimento sustentável

Definição

O desenvolvimento sustentável, termo também muito utilizado atualmente, significa um modelo de desenvolvimento equilibrado econômica, política, social, cultural e ambientalmente, focado na melhoria da qualidade de vida e na utilização racional dos recursos, para que sejam mantidos a longo prazo.


Figura 8.14 Melhoria da qualidade de vida e na utilização racional dos recursos.
Fonte: Thinkstock.

Uma questão antiga

Pode-se dizer que a busca pela sustentabilidade teve suas raízes já no século XIX, quando J.S. Mills e T.R. Malthus lançaram seus livros, respectivamente, em 1848 e 1878, nos quais manifestavam uma grande preocupação com o crescimento da população humana e a forma de uso dos recursos naturais. Eles advertiam que os recursos naturais são finitos e que, sem limite do crescimento humano, logo a Terra não teria mais recursos para suportar a humanidade. Alertavam para a necessidade de controle do crescimento populacional humano como também para a necessidade de se proteger a natureza. No entanto, por muito tempo a humanidade não se preocupou com isso e buscou o desenvolvimento por meio do incremento de tecnologia e geração de lucro. A busca por esse modelo de desenvolvimento com alta tecnologia, produção maciça de artigos para o conforto e sem qualquer preocupação com o esgotamento dos recursos, intensificou-se após a II Guerra Mundial, ditada pelos países industrializados e desenvolvidos.

O surgimento de uma nova ideia

Na década de 1960, com o agravamento dos problemas gerados por esse modelo de desenvolvimento, como a crescente poluição e a desigualdade social, começa a haver um forte questionamento do modelo político-econômico, das formas de uso dos recursos e das consequências das atividades humanas sobre a natureza e a própria qualidade de vida do ser humano. Essas preocupações levaram, em 1968, a uma importante reunião de âmbito internacional, ocorrida em Roma, com o objetivo de discutir o uso dos recursos em face das questões sociais, políticas, ecológicas e econômicas vigentes e futuras, considerando-se a capacidade limitada de autossustentação da Terra. A reunião ficou conhecida como "Clube de Roma" e o relatório proveniente dela abalou as convicções da época, ao concluir que, para a sua sobrevivência, o homem teria de mudar a forma de exploração dos recursos, buscando maior racionalidade e planejamento a longo prazo. Essa reunião foi o marco da conscientização de que os recursos naturais são finitos. A partir de então vieram as primeiras legislações ambientais (nos Estados Unidos e no Canadá).

A conscientização em prol da busca de formas mais racionais de uso dos recursos fortaleceu-se na década de 1970, nos países desenvolvidos, embasada nos avanços da Ecologia, que salientava a interligação entre organismos e o meio físico, e o papel de cada espécie nessa dinâmica. Também a partir da década de 1970, movimentos internacionais de grande vulto, incluindo a participação de diversos setores da sociedade, tornam-se cada vez mais frequentes e ocupam um crescente espaço na mídia. Neles, a tônica é a busca de estratégias mundiais, no âmbito político-econômico, para compatibilizar o uso dos recursos com a qualidade de vida das populações humanas e manter as riquezas naturais. Diversos documentos, sob a forma de relatórios, propostas e acordos internacionais, foram gerados como resultado dessas reuniões, estabelecendo regras aos países signatários para o uso sustentado dos recursos.

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