Conceito equivocado: A seleção natural é um raciocínio circular



Essa ideia origina-se de uma definição incompleta da seleção natural. O raciocínio circular, também conhecido como tautológico, seria o seguinte: a seleção natural decorre da sobrevivência e reprodução aumentada dos indivíduos mais aptos. A definição da aptidão dos indivíduos é verificada justamente pela observação daqueles indivíduos que sobrevivem e se reproduzem mais. Assim, os organismos mais adaptados deixariam mais descendentes, e aqueles que deixam mais descendentes são os mais adaptados! Esse seria o raciocínio circular na definição incompleta da seleção natural. O que falta na definição de seleção natural é a referência ao ambiente com o qual os organismos interagem. Assim, a natureza da adaptação deixa de ser interna (levando-se em consideração apenas os organismos) e passa a ter uma referência externa. Um exemplo deixa mais claro o papel importante da referência externa. Suponha que exista um animal que dependa de orifícios do ambiente para se abrigar. Se em um ambiente há somente orifícios de menor tamanho, os indivíduos que conseguem adentrar os orifícios, por serem também menores, são aqueles que são mais adaptados. Se no ambiente há orifícios maiores, os animais pequenos deixam de ter tal vantagem. Portanto, não há qualquer tipo de raciocínio circular na definição da seleção natural.