Conceito equivocado: A evolução ocorre ao acaso



Normalmente, essa afirmação vem associada a uma analogia como esta: “Como pode uma mutação melhorar alguma coisa que já existe? Imagine se é possível um automóvel dar uma batida e sair melhorado?”. Essa analogia, ou outra semelhante, é inválida quando se aplica à evolução por dois motivos: em primeiro lugar, os automóveis não se reproduzem; o segundo e principal motivo pelo qual essa analogia é inválida está no fato de que é a seleção natural que vai determinar o destino dos mutantes que ocorrem ao acaso . O processo de mutação de fato acontece ao acaso, independentemente do que existe no meio ambiente do organismo que sofre a mutação, conforme já vimos no módulo referente às evidências da evolução. Entretanto, a seleção natural é um processo bastante direcionador. Se uma mutação altera para menos a probabilidade de sobreviver ou de se reproduzir, essa mutação é eliminada da população, mas, se a mutação for favorável no ambiente em que o organismo vive, ela aumentará de frequência. Não se trata, portanto, de um processo exclusivamente ao acaso.

Outro tipo de comentário que se pode ouvir a respeito da seleção é o de que um indivíduo bem adaptado pode simplesmente não sobreviver ou não se reproduzir por um simples acidente, como um incêndio ou uma avalanche. A seleção natural não é absolutamente determinista, indivíduos com genótipos mais adaptados ao ambiente em que vivem somente têm maior probabilidade de sobreviver e se reproduzir. Isso não significa que eles vão sobreviver e se reproduzir com certeza absoluta.

Semana 6