O mito de Pangu

O mito de Pangu

 

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Figura 3.1

O céu e a terra levaram dezoito mil anos para se separar; o yang, que era claro, foi se tornando o céu e o yin, que era escuro, foi se tornando a terra. E em meio a tudo isso, Pangu foi se transformando, alcançando a sabedoria do céu e a potência da terra. Durante dezoito mil anos, o céu foi subindo e a terra descendo, e Pangu crescia junto; e, quando eles alcançaram o máximo de sua separação, Pangu também atingiu o seu tamanho final.

Estando Pangu a ponto de morrer, todo o seu corpo se transformou; seu hálito se transformou no vento e nas nuvens; seu olho esquerdo, o sol e o direito, a lua; as quatro extremidades e os cinco membros, nas quatro direções e nos cinco cumes; o sangue, nos rios azul e amarelo; os tendões e as veias, nas principais vias de comunicação da terra; os músculos e a carne, nas terras pantanosas; o cabelo e os demais pelos do corpo, nos astros e planetas; a pele, nos prados e bosques; os dentes e ossos, nos minerais e nas pedras; o esperma e a coluna, nas perolas e jades; a transpiração e o suor, na chuva e nos pântanos; e, por fim, as pulgas que havia em seu corpo se transformaram, despertadas pelo contato do vento, nas pessoas e nos povos.