A parede celular

Em geral, a célula vegetal é limitada por uma parede celular rígida associada externamente à membrana plasmática. A parede celular é uma das principais características que diferencia a célula vegetal da célula animal e determina, em grande parte, o tamanho e a forma da célula, limitando a expansão do citoplasma por variações osmóticas do meio. Tem um papel importante na adesão e comunicação intercelular, mediando também o transporte de substâncias entre a célula e o meio.  Existe uma estreita relação entre a estrutura da parede celular e a função da célula, visto que diferentes tipos celulares podem ser identificados pela estrutura de suas paredes.

A arquitetura da parede celular é determinada em grande parte pela celulose, seu principal componente. De modo geral, as camadas mais externas da parede são denominadas parede primária e a região de união entre duas células adjacentes é chamada lamela mediana ou substância intercelular. A maioria das células vegetais deposita camadas adicionais de parede celular, produzidas pelo citoplasma, formando a parede secundária internamente à parede primária.

A celulose é uma macromolécula composta por monômeros de glicose, que se ligam pelas pontas e formam o arcabouço da parede celular. Assim como o amido e o glicogênio, a celulose é um polímero de glicose. A diferença entre esses polímeros é o fato de que a celulose é mais resistente à ação de enzimas e, uma vez que essas moléculas são incorporadas à parede celular, elas deixam de estar disponíveis como fonte de energia para a planta. Esses polímeros se agrupam, por pontes de hidrogênio, em microfibrilas, que, por sua vez, se entrelaçam formando as macrofibrilas, que se enrolam entre si em um arranjo semelhante a fios em um cabo. Apenas para efeito de comparação, este arranjo de celulose é mais resistente do que um cabo de aço de mesma espessura. Além da celulose, a parede celular possui, também, uma matriz formada por outros polissacarídeos não celulósicos como a hemicelulose e pectinas, além de glicoproteínas. As hemiceluloses têm um provável papel no controle da expansão celular, pois se associam às microfibrilas de celulose, limitando a extensibilidade da parede celular. Por outro lado, as pectinas são moléculas hidrofílicas e, portanto, introduzem água na parede primária, conferindo flexibilidade, condição necessária para a plasticidade da parede. As paredes primárias são constituídas por aproximadamente 65% de água. Essas pectinas também estão presentes na lamela mediana. Além das glicoproteínas, que têm papel estrutural, a parede celular possui enzimas como, por exemplo, peroxidases, fosfatases, celulases e pectinases. Células com função mecânica ou de sustentação possuem lignina, que fornece rigidez e resistência à compressão. Células epiteliais das plantas apresentam substâncias graxas como a cutina, suberina e ceras, que conferem resistência e impermeabilizam os tecidos, diminuindo as perdas de água por evaporação.