9. Transporte, ação catalítica e endocitose – eventos mediados por proteína de membrana

Os receptores de superfície não atuam apenas através da ativação de determinadas enzimas, como a adenilciclase, levando a uma alteração na concentração de um mediador intracelular (também conhecido como segundo mensageiro). Muitas vezes, o acoplamento ligante-receptor provoca modificações conformacionais de determinadas proteínas integrantes transmembranosas, criando, por exemplo, canais hidrofílicos momentâneos que permitem o influxo de certos íons (Fig. 11). A variação na concentração intracelular de íons pode levar, como no caso do AMP cíclico, a uma série de alterações funcionais da célula.

Em outras situações, o próprio receptor é uma proteína enzimática, cujo sítio catalítico encontra-se no citossol. A presença de um ligante no receptor ativa esse sítio catalítico que, mais uma vez, pode levar a uma cascata de eventos intracelulares e a uma determinada resposta fisiológica da célula (Fig. 11).

Finalmente, os complexos ligante-receptor podem estar associados a um fenômeno de endocitose, onde ocorre uma invaginação localizada da MP, formando-se uma vesícula intracelular contendo esses complexos. Este é o início da chamada rota endocítica, da qual trataremos mais adiante.

Receptores de membrana que desencadeiam repostas fisiológicas específicas após acoplamento com um ligante
Figura 11: Receptores de membrana que desencadeiam repostas fisiológicas específicas após acoplamento com um ligante. Além da participação da proteína G (ver Fig. 1), duas outras formas mais comuns de ação desses receptores são atuarem como canais hidrofílicos (A) ou como proteínas enzimáticas, de forma direta (B) ou indireta (C).

Fonte: ALBERTS, B.; JOHNSON, A.; LEWIS, J.; RAFF, M.; ROBERTS, K. & WALTER, P. - Molecular Biology of the Cell. 5th Edition, New York, Garland, 2008.