Tectônica de placas

Tectônica de placas e a formação de rochas magmáticas e metamórficas - A Teoria da Deriva Continental

Alfred L. Wegener acreditava em 1912, que todos os continentes que existem hoje haviam formado, no passado, um único e grande continente, conhecido como Pangea e ao longo do tempo esses continentes haviam mudado de posição. A fragmentação do supercontinente Pangea teria se iniciado acerca de 220 milhões de anos, durante o tempo em que a Terra era habitada por dinossauros e a partir de então teria se dividido em dois continentes, a Laurásia e a Gondwana.

Veja o sítio vídeo, que mostra uma simulação da divisão do Pangea.

A essa provável modificação na posição dos continentes, Wegener deu o nome de Deriva Continental, embora poucas pessoas o apoiassem. Para a construção de sua teoria, Wegener apoiou-se em alguns indícios: 1. a semelhança entre os perfis dos continentes sul-americano e africano, que se encaixam quase que perfeitamente um ao outro; 2. os sinais de uma glaciação ocorrida há cerca de 250 milhões de anos, que são encontrados em todas as áreas terrestres do hemisfério sul atual e também na Índia, dando a entender que tais continentes estiveram unidos em algum momento da história; 3. a existência de fósseis de animais terrestres encontrados no hemisfério sul. Um exemplo é o fóssil do pequeno réptil Mesossauro, encontrado no Brasil e na África; 4. a vegetação fóssil Glossopteris, encontrada no hemisfério sul, é de clima frio, enquanto, nos continentes do hemisfério norte, a vegetação era de clima quente. Isso é um sinal de que, no passado, os continentes ocupavam posição diferente da atual. (Almeida, 2006)

Figura 10.2
Figura 10.2: Fóssil de Mesossauro.
Fonte: http://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/thumb/5/57/Mesosaurus_fossil.jpg/800px-Mesosaurus_fossil.jpg

Com a eclosão da Primeira Guerra Mundial e a invenção do submarino, houve significativo aumento nos estudos sobre o fundo do oceano. A partir deles, foram descobertas elevações e depressões da crosta terrestre no fundo oceânico. São as chamadas dorsais médio-oceânicas, reconhecidas como imensas fendas da crosta e, ao seu lado, encontram-se cadeias de montanhas, que totalizam cerca de 80.000 km de extensão. As montanhas elevam-se a 2 - 3 km de altura sobre o fundo do mar. Essa descoberta revelou que, em algumas regiões, a crosta está em contínua formação, já que se sabe hoje que, nas fendas das dorsais, o magma sobe à superfície e derrama lava vulcânica.

Nessa época, também se descobriram profundas depressões chamadas fossas oceânicas, que ficam próximas a áreas onde ocorrem tremores de terra e erupções vulcânicas.


As placas tectônicas

Atualmente, já se reconhece que a crosta terrestre não é estável. Na realidade, ela se constitui como uma casca recortada em diferentes pedaços móveis. São cerca de 20 pedaços chamados placas tectônicas. “Algumas dessas placas contêm apenas áreas submersas (que formam o fundo oceânico), como a placa do Pacífico enquanto outras são formadas também por áreas emersas (o “chão” dos continentes), como a Placa Sul-Americana, sobre a qual estamos.” (Almeida, 2006) Analise o seguinte mapa e veja a localização das placas.

Figura 10.3
Figura 10.3:
Placas tectônicas.
Fonte: http://pt.wikipedia.org/wiki/Ficheiro:Placas_tect2_pt_BR.svg, acesso em 10/11/2010.

As placas tectônicas estão sobre o manto de comportamento viscoso e, por isso, elas se movem, afastando-se ou chocando-se nas zonas de fratura. “Esse movimento é bastante lento em relação às dimensões da Terra, o que o torna imperceptível para nós, mas foi confirmado com o uso de equipamentos sensíveis.” (Almeida, 2006) É importante saber, contudo, que as placas não estão completamente à deriva, boiando sobre o manto viscoso. Na realidade, elas são arrastadas por correntes de convecção que se formam no manto da Terra, seguindo, portanto, o rumo dessas correntes.

A principal explicação para o deslocamento das placas tectônicas é a de que elas seriam empurradas pelo movimento da lava quente do manto da Terra através das correntes de convecção. O princípio básico de uma corrente de convecção pode ser observado esquentando uma grande panela com mel, no qual boiam duas rolhas de cortiça. Ao aquecer o centro da base da panela, o mel esquenta mais rapidamente no centro do que nas bordas da panela, diminuindo ali a densidade do mel. Consequentemente, o mel aquecido subirá enquanto o mel mais frio da borda descerá para ocupar o lugar do mel que subiu. (Tassinari, 2002) Fazendo analogia, é esse movimento que ocorre no manto. A convecção do manto refere-se, porém, a um movimento muito lento da rocha, que, sob condições apropriadas de temperatura elevada, se comporta como um material plástico-viscoso migrando lentamente para cima. A fonte de calor, nesse caso, é a desintegração atômica do núcleo.

Figura 10.4
Figura 10.4: Processo de subducção.
Fonte: CEPA.

Chama–se processo de subducção o que ocorre quando a parte mais fria e velha da placa se quebra (a) e começa a mergulhar por debaixo de outra placa menos densa. Em compensação, também devido às correntes de convecção, nas zonas das dorsais oceânicas, nova crosta é formada (b).