Solos


A formação dos solos


O solo tem grande importância na vida de todos os seres vivos do planeta, pois é no solo que vivemos e de onde retiramos quase todos os recursos para a nossa sobrevivência. Assim, com exceção das áreas cobertas por geleiras e das áreas vulcânicas muito recentes, todas as paisagens superficiais da Terra são recobertas por capas externas de materiais em pequenas partículas - os solos. (Gonçalves e Carneiro, 2006)

A importância do estudo dos solos na disciplina de ciências está no fato de que o solo é muito importante na manutenção do ecossistema, pois sustenta a base da cadeia alimentar e também porque nele acontece parte do ciclo de diversas substâncias do ambiente. “O gás carbônico passa da atmosfera para o solo pela ação dos seres vivos. O cálcio e o potássio são liberados pela transformação das rochas, e, a partir do solo, passam a fazer parte das plantas e de outros organismos. No solo também acontece a reciclagem do nitrogênio e do oxigênio, que passam da atmosfera para os microrganismos que habitam esse ambiente e vice-versa.” (Gonçalves e Carneiro, 2006)


Definições de solo


O solo possui diversas denominações, conforme o enfoque desejado. Assim, para a área de estudos da Engenharia Civil, solo significa material escavável, que perde sua resistência quando em contato com a água. Para a Agronomia, o solo é a camada superficial de terra arável, possuidora de vida microbiana. Na Arqueologia, o solo se constitui como material no qual se encontram registros de civilizações e organismos fósseis. A Geologia o compreende como produto do intemperismo físico e químico das rochas.

A Pedologia é a ciência que estuda a formação do solo e foi iniciada na Rússia por Dokuchaiev no ano de 1880. Na sua compreensão, o solo é a camada viva que recobre a superfície da Terra, em evolução permanente, por meio da alteração das rochas e de processos pedogenéticos comandados por agentes físicos, biológicos e químicos.


Como o solo se forma?


O solo é o resultado de algumas mudanças que ocorrem nas rochas. Essas mudanças são bem lentas, sendo que as condições climáticas e a presença de seres vivos são os principais responsáveis pelas transformações que ocorrem na rocha até a formação do solo. Os solos são sedimentos, que estão sujeitos a processos específicos de integração entre todas as esferas terrestres, resultando em produtos com características químicas, físicas e biológicas distintas.

Os solos são formados pelo processo de intemperismo já explicitado acima, que ocorre simultaneamente à erosão. À medida que há a fragmentação das rochas, resultante do intemperismo, o material é transportado pela ação da gravidade, do vento, do gelo, das águas pluviais e fluviais. Esses processos de transporte são caracterizados como erosão. A erosão movimenta os sedimentos para regiões mais distantes.

Os solos se consolidam através da sequência abaixo:

1) Os processos de intemperismo e erosão que atuam nas rochas formam os sedimentos;

2) Microrganismos como bactérias e algas depositam-se nos espaços entre os grãos dos sedimentos, ajudando a decompor a rocha através das substâncias produzidas;

3) Ocorre acúmulo de água e restos dos microrganismos;

4) Organismos um pouco maiores, como fungos e musgos, começam a se desenvolver;

5) O solo vai ficando mais espesso e outros vegetais vão surgindo, além de pequenos animais;

6) Vegetais maiores colonizam o ambiente, protegidos pela sombra de outros;

7) O processo continua até atingir o equilíbrio, determinando a paisagem de um local.

Todo este processo leva muito tempo para ocorrer. Calcula-se que cada centímetro do solo se forma num intervalo de 100 a 400 anos! Os solos usados na agricultura demoram entre 3.000 a 12.000 anos para se tornarem produtivos (Retirado de http://educar.sc.usp.br/ciencias/recursos/solo.html, acesso em 29/11/2010).

O processo ilustrativo da formação do solo ocorre, resumidamente, da seguinte forma:

Animação 1: Processo ilustrativo da formação do solo


À medida que o intemperismo vai atuando ao longo do tempo, a camada de detritos torna-se mais espessa e diferencia-se em subcamadas (horizontes do solo), que em conjunto formam o perfil do solo. O processo de diferenciação dos horizontes ocorre com incorporação de matéria orgânica no seu interior. Partículas migram descendentemente, levadas pela gravidade, e até realizam movimentos ascendentes, carregadas com a ascensão do lençol freático. Ainda deve ser considerada a atuação de plantas, cujas raízes absorvem elementos em profundidade, que são incorporados à superfície.

Figura 7.3
Figura 7.3: processo de diferenciação dos horizontes.
Fonte: CEPA