2.3 Mata Atlântica

Ao contrário do que muitos pensam, a Amazônia não é o bioma mais rico em espécies do mundo. A Mata Atlântica, que acompanha o litoral brasileiro desde o Rio Grande do Norte até Santa Catarina, é provavelmente a região mais rica em espécies de plantas, fungos e animais. Ou seja, esse é o bioma com a maior biodiversidade do mundo!

 

Curiosidades: no sul da Bahia é onde encontramos os maiores índices de diversidade desse bioma, com aproximadamente 250 espécies por hectare! Além disso, a Mata Atlântica é o bioma mais rico em bromélias e orquídeas!

 

Figura 6.7: Exemplo da biodiversidade expressa na riqueza das aves, ilustrada em uma distribuição vertical no interior da floresta. A Mata Atlântica possui quase 700 espécies de aves, sendo quase a metade endêmica dessa região.
Fonte: Extraído de POR et al, 2005.

Figura 6.8: Esquema da Mata Atlântica com alguns exemplares da fauna e flora características.
Fonte: Extraído de POR et al, 2005.

Apesar disso, esse bioma está profundamente ameaçado, já sobraram hoje apenas aproximadamente 15% de sua área. Por ser uma área que concentra alto grau de endemismo (mais da metade das espécies somente são encontradas por aqui!) e está profundamente ameaçada, a Mata Atlântica foi considerada um hotspot de conservação, assim como o Cerrado.

A Mata Atlântica foi o primeiro bioma brasileiro a ser explorado pelos europeus após a nossa colonização, o que é um dos motivos por ter sido tão devastada. O pau-brasil (Caesalpinia echinata) foi o primeiro produto brasileiro de exportação, utilizado seja como madeira, seja como fonte de pigmentação avermelhada. Atualmente, temos outras espécies severamente ameaçadas devido à superexploração, entre elas, a mais famosa é o palmito juçara (Euterpe edulis), extraído ilegalmente para a comercialização do palmito, a parte apical da palmeira. Calcula-se que anualmente ainda são retirados para o consumo cerca de 40 toneladas de palmito só no estado de São Paulo.

Grande parte da extensão original da Mata Atlântica já foi convertida em pastos e plantações de cana e eucalipto (basta olharmos a nossa paisagem no interior de São Paulo!). Lembre-se de que em Ecologia vimos que um dos principais motivos das extinções atuais é a mudança no uso do solo, quando desmatamos uma área para utilizá-la para fins agropecuários.

Clique aqui para ver propostas de atividades sobre a biodiversidade que podem ser realizadas com seus alunos, utilizando as bromélias da Mata Atlântica como objeto de estudo.

 

As fisionomias da Mata Atlântica

Por se tratar do bioma mais biodiverso do mundo, é fácil imaginar que a Mata Atlântica não é somente a floresta fechada que estamos acostumados a pensar. Há várias fisionomias diferentes dentro do mesmo bioma, delimitadas por condições distintas (como altitude e salinidade, por exemplo). Você consegue pensar em alguma dessas fisionomias?

Olhe as figuras abaixo e veja todos os diferentes ecossistemas que podemos encontrar!

Figura 6.9: Algumas fisionomias de floresta fechada da Mata Atlântica: A – mata de encosta; B – mata de terra firme; C – floresta semidecídua do interior. Você saberia dizer qual dessas fisionomias ocorre mais perto de onde mora?
Fonte: Extraído de POR et al, 2005.


Figura 6.10: A mata de araucárias e alguns dos organismos que lá habitam (a gralha-azul, a cotia, o gavião, e, claro, as araucárias!
Fonte: Extraído de POR et al, 2005.


Figura 6.11: Desenho esquemático de manguezal e alguns dos organismos que lá habitam.
Fonte: Extraído de POR et al, 2005.

Figura 6.12: O manguezal em uma região estuarina no estado do Alagoas.
Fonte: Fotografia de Ana Luisa Mengardo
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