Como enfrentar os desafios?



Em primeiro lugar, para evitar qualquer conflito de natureza religiosa, o professor deve adotar a atitude de mostrar o estudo da evolução estritamente dentro do ponto de vista científico. Os alunos devem ser orientados a conhecer a forma de funcionamento da Ciência mesmo que o assunto estudado não esteja de acordo com suas crenças religiosas. Tentativas de compatibilização entre crenças religiosas e o ensino da evolução podem ser desastrosas, já que há diversidade de crenças e de maneiras de interpretar os textos religiosos.

A Ciência procura obter conhecimento sobre os fenômenos da Natureza através da observação sistemática destes, da elaboração de hipóteses, do teste dessas hipóteses pelo confronto delas com outras observações e experimentações e, finalmente, com a formulação de teorias, que são o grau mais alto do conhecimento científico. O termo teoria deve ser tratado adequadamente dentro do âmbito científico, já que ele tem outro sentido no linguajar popular. Por exemplo, é frequente ouvirmos falar que a evolução "é apenas uma teoria", como se ela fosse somente uma suposição ou conjectura. Dentro da Ciência, a teoria da evolução tem o mesmo status que tem, por exemplo, a teoria celular, segundo a qual os organismos vivos se constituem de células.

Devido à imensa escala de tempo em que acontece a evolução biológica, não é possível o acompanhamento em tempo real de todos os processos que ocorrem. Entretanto, essa não é a única maneira que pode ser usada para o estudo da evolução. Muitas vezes, sabemos o que ocorreu em intervalos de tempo que excedem em muito o tempo de uma vida humana, isto é, milhares, milhões ou bilhões de anos, pela observação dos indícios de que ocorreu a evolução. Talvez essa enorme escala de tempo em que ocorre uma grande quantidade de processos evolutivos tenha feito com que a evolução biológica levasse tanto tempo para ser verificada.