Para reflexão

Algumas considerações


Para nos aventurarmos pela empreitada de pensar a Vida no Ensino de Ciências, é importante ter em mente que não existem respostas únicas, simples, completas, que possam satisfazer plenamente cada uma de nossas indagações. Faremos somente uma breve introdução a questões que a humanidade tenta compreender há séculos.

Outro ponto importante: quando entramos nas discussões sobre o tema “Vida e suas manifestações”, relacionadas ao Ensino de Ciências, é necessário termos consciência do lugar de onde falamos, se nos colocamos na posição de professores de ciências, religiosos, cientistas ou de quaisquer outros atores sociais.

Por isso, desde já, apresentamos o nosso local de fala (das autoras): nessa abordagem, não se trata de defender um ou outro ponto de vista, mesmo porque nos posicionamos a favor dos argumentos científicos (e não fomos coagidas a isso!). Como professoras da área de Ciências, falamos embasadas no discurso científico.

O fato de nos colocarmos nesse local de fala não significa que esperamos que todos sejam evolucionistas. Nossa expectativa é a de que professores de Ciências se posicionem a favor de um ensino que promova a formação de uma autonomia moral. Para isso, é preciso disponibilizar aos nossos alunos diferentes argumentos e possibilidades, permitindo que eles desenvolvam uma postura crítica e racional em suas escolhas. Mas vale lembrar que, como professores de ciências, temos o papel de apresentar o conhecimento científico sobre vida, construído historicamente, com suas convergências e divergências, rupturas e continuidades.

Assim, a professora acima citada, como religiosa, afirma que Deus criou o homem e que este não veio do macaco. Mas, na função de professora de Ciências ou Biologia, tem o compromisso de deixar claro aos seus alunos que, na visão científica vigente, o homem não veio do macaco, mas compartilha com os demais primatas uma ancestralidade comum.