Equilíbrio acidobásico


A importância do pH sanguíneo


O sistema respiratório é o principal controlador dos níveis de pH sanguíneo. O aumento da concentração de dióxido de carbono no sangue provoca aumento de íons H+ e, consequentemente, da acidez. Da mesma forma, a diminuição dos níveis de dióxido de carbono leva a um aumento da alcalinidade do sangue.

O aumento do pH sanguíneo (alcalose) é detectado pelo centro respiratório, que responde diminuindo a ventilação pulmonar. Com esta redução, ocorre um acúmulo do dióxido de carbono e maior produção de íons H+, regularizando o pH. Por outro lado, a diminuição do pH sanguíneo (acidose) leva à excitação do centro respiratório, promovendo o aumento da ventilação pulmonar, o que deve resultar na eliminação do dióxido de carbono e no aumento do pH sanguíneo.

Existem condições em que o sistema respiratório não é capaz de corrigir por si só o pH sanguíneo. Por exemplo, uma pessoa com enfisema pulmonar é incapaz de eliminar corretamente o dióxido de carbono, resultando em uma acidose respiratória. O exemplo contrário seria uma pessoa com hiperventilação causada por altas altitudes; neste caso, o organismo é incapaz de normalizar a ventilação em virtude dos baixos níveis de oxigênio na atmosfera. Nessas ocasiões, o organismo necessita do sistema renal para corrigir o pH sanguíneo.

Figura 3.7
Figura 3.7: Regulação reflexa da respiração. A respiração pode ser controlada pelos centros superiores ou pela variação da CO2, O2 e acidez (pH) do sangue. As informações da variação de [CO2] são percebidas nos quimiorreceptores localizados no bulbo, enquanto as variações de pH e O2 através de quimiorreceptores localizados nas carótidas e na aorta. Isto é na grande artéria que sai do coração e nas artérias que sobem através do pescoço levando sangue para o cérebro. Veja que todas as informações são centralizadas no bulbo, e depois transformadas em sinais para os músculos intercostais e o diafragma.