Programação

  • Psicologia Social - Apresentação

    Caros alunos, bem-vindos à disciplina Psicologia Social II. Ensino Remoto: https://meet.google.com/tom-idzk-gxs

    Temos como objetivo que você domine e se aproprie com maestria dos temas fundamentais do curso, sem os quais é muito difícil, quase impossível, o psicólogo atuar na sociedade e em sociedade. A saber: 1. Métodos e Técnicas de Pesquisa e Produção de Conhecimentos em Psicologia Social. 2. Sociedade. 3. Poder. 4. Violência e Imaginário do Medo. 5. Cocaína e outras Drogas. 6. Sofrimento no Trabalho. 7. Sexualidade e Perversão Sexual. 8. Socioclínica e Terapia Institucional. 9. Arte Terapia. 10. Envolvimento e Avaliação de Projetos Comunitários.

    Para dominar com destreza e habilidade mental as temáticas capitais, espera-se que você leia com afinco e inteligência o único texto indicado para cada tópico, se possível o complementar, e realize uma conversa/entrevista com um ou mais sujeitos sociais (moradores de rua, policiais, garotas de programa, travestis, drogados, políticos, desempregados, adolescentes infratores, padres, presidiários, etc.), em 2 (duas) sessões de 50 minutos.

    Em tempos de pandemia, de isolamento, essas conversas/entrevistas podem ser feitas com familiares, mas o aluno-pesquisador deve avaliar a saúde mental e capacidade egoica do grupo familiar, de modo a evitar conflitos homéricos e traumas, que possam redundar em processos por reparação de dano moral contra o professor responsável pela disciplina...

    As conversas/entrevistas não precisam ser gravadas, mas ao final relatar no diário de campo as frases, pensamentos, sentimentos, narrativas que você considerou mais importantes. Em seguida, analisar as conversas/entrevistas tendo como referencial de análise os textos indicados na disciplina, especialmente os 10 (dez) de leitura obrigatória. A síntese deve ser comunicada num texto de 3 a 5 páginas, entregue ao professor no final do curso e apresentada para todo mundo, em 10 minutos ao final da disciplina.

    A avaliação dos alunos será dividida em 3 partes: 1. Participação individual na disciplina de corpo e alma, nas aulas síncronas, buscar fazer perguntas e comentários, preocupação em pesquisar e socializar informações e conhecimentos com o coletivo (25%). 2. Trabalho prático, realização, análise, síntese, produção textual e comunicação para o coletivo de uma conversa/entrevista sobre as 10 temáticas fundamentais do curso (25%). 3.  Prova Oral Individual Final com duração de 50 minutos (não confundir com chamada oral, será mais uma entrevista/conversa sobre os 10 temas capitais do curso) 50%. 

    Será aprovado o aluno que ler os textos, realizar uma boa prática, participar ativamente na disciplina e na prova oral demonstrar que não só que leu os textos, mas se apropriou instrumentalmente dos 10 temas capitais. Será reprovado o aluno que não ler os textos, realizar uma prática meia-boca, não participar da disciplina e nas provas orais demonstrar que leu muito pouco e não dominou nada, nem teoricamente, nem instrumentalmente.

    Temos boas expectativas com relação a essa turma, nossos colegas mais experientes nos passaram que são inteligentes e participativos... Ufaaa que bom, é duro para o professor dar aulas para uma turma que não participa e fica olhando no celular a aula toda. Esperamos que venham animados, alunos muito desanimados acabam por desanimar o professor, alunos ativos e inteligentes acionam a inteligência e produção coletiva. Nossa proposta é a construção de um grupo operativo, criativo e produtivo.


  • Psicologia Social: objeto e método

    PESQUISANDO NO COTIDIANO: RECUPERANDO MEMÓRIAS DE PESQUISA EM PSICOLOGIA SOCIAL (Mary Jane P. Spink)

     Na reação à hegemonia da Psicologia Social norte-americana, nos anos setenta e oitenta, algumas experiências de pesquisas no cotidiano foram banidas da memória coletiva da disciplina, seja por excesso de patrulhamento ideológico, seja pela identificação de toda a produção européia e norte-americana com a vertente mais individualista da Psicologia Social. Ao recuperar o interesse por observações no cotidiano, a Psicologia Social “desmemoriada” buscou na Antropologia o subsídio para pesquisas de “tipo etnográfico”. O objetivo deste texto é recuperar algumas experiências de observação no cotidiano, autóctones à Psicologia Social, visando contribuir para o desenvolvimento de metodologias de observação de caráter psicossocial. 



  • Os conceitos de Sociedade

    O argumento central é de que a sociedade, do ponto de vista tanto teórico quanto da realidade vivida pelos agentes sociais, apresenta três conceituações relevantes: sociedade como estrutura; sociedade como solidariedade e sociedade como processo criativo. Essas três concepções inicialmente formuladas no final do século XIX têm experimentado consideráveis transformações ao longo do tempo. Os autores realçam as múltiplas formas pelas quais esses três sentidos se vinculam, ora se entrelaçando, ora mantendo relações conflituosas. A concepção de sociedade como estrutura, na perspectiva dos autores, procura ressaltar os aspectos de competição, conflito, concorrência e rivalidade entre os atores sociais.

  • Além do bem e do mal: o poder em Maquiavel, Hobbes, Arendt e Foucault

    O poder é mau por natureza? Está sempre em mãos erradas? Não. Essa é a resposta dada pelos clássicos da política moderna, Nicolau Maquiavel e Thomas Hobbes. Maquiavel desconfia das promessas antigas do bom regime e da virtude humana. Ele baseia o poder político na produtividade do mal. Apesar de compartilhar o profundo pessimismo antropológico de Maquiavel, Hobbes baseia-se na virtude do soberano: o Leviatã suprime a guerra perpétua. No século XX a apologia filosófica pelo poder assume uma forma diferente. Hannah Arendt separa a violência instrumental do poder comunicativo, transformando a ágora num lugar mágico do poder. Contrariamente, Michel Foucault nega a existência de qualquer lugar privilegiado para ocorrência do poder. Para ele, o poder torna se uma rede de relações sociais combinando sujeição e criatividade de forma ambígua.

  • Violência, insegurança e imaginário do medo

    O objetivo deste tópico é mostrar como a insegurança e o imaginário do medo, instalados na escola, na sociedade e tratados usualmente do ponto de vista do poder, com medidas restritivas e isoladoras, não são despertados somente pelo exercício e pela condição da violência cotidiana, mas por um “estado de violência” – ostensivo ou dissimulado – incorporado à cultura e ao imaginário individual e social. Ambos transformam as relações sociais, provocando a busca de novos lugares de encontro, socialidade, proteção. No cotidiano das escolas, precisam ser geridos por meio de práticas simbólicas e sociais diversas, que possibilitem lidar com essas novas relações.

  • O episódio de Freud com a cocaína: o médico e o monstro

    O objetivo desse tópico é uma avaliação dos possíveis “restos” que o episódio de Freud com a cocaína tenha deixado para a criação da psicanálise, realizada através do reexame retrospectivo, crítico e analítico desse episódio. O resultado desta avaliação pôs em destaque quatro elementos: o surgimento de um Freud psiquiatra e farmacologista e o progressivo abandono desta via; o surgimento da adicção como objeto de investigação; o modelo da autoadministração como método de pesquisa; e a crença e abandono subseqüente de um projeto de “cura mágica”

  • SOFRIMENTO NO TRABALHO NA VISÃO DE DEJOURS

    A Psicopatologia do Trabalho tem na obra de Dejours uma de suas principais fontes atuais de referência; sua visão de sofrimento no trabalho tem trazido novas luzes sobre essa especialidade e contribuído com inúmeras obras para o seu desenvolvimento. Esse estudo sobre o sofrimento no trabalho, na visão de Dejours traz alguns dos subsídios teóricos, fornecidos por esse cientista sobre o assunto, abordando a gênese de seu pensamento inovador, investigando as causas do sofrimento, e os conceitos de normalidade e sofrimento no trabalho.

  • Perversão sexual, ética e clínica psicanalítica

    Neste trabalho os autores propõem discutir um construto teórico-clínico – a perversão – de difícil consenso entre as diversas teorias que compõem o universo psicanalítico. Defende- -se o “direito à diferença”, como uma expressão legítima de uma forma de organização psíquica, e sustenta-se que toda tentativa de normatização e de transformação do sujeito em um “sujeito- -teórico” constitui uma perversão de papel do psicanalista. Para os autores, a clínica da perversão reabre o debate sobre a disposição ética para a escuta, e coloca o psicanalista diante das moções pulsionais perversas que o habitam.

  • A SOCIOCLÍNICA INSTITUCIONAL COMO REFERENCIAL TEÓRICO E METODOLÓGICO PARA A PESQUISA EM ENFERMAGEM E SAÚDE

    Objetivo: refletir acerca das contribuições e limites da Socioclínica Institucional como aporte teórico metodológico em pesquisas em enfermagem e em saúde. Método: estudo de reflexão desenvolvido a partir do delineamento das modalidades de condução da abordagem Socioclínica Institucional: intervenção socioanalítica, análise institucional das práticas profissionais, pesquisa-ação e investigação socioanalítica. Resultado: a Socioclínica Institucional é uma continuidade do aporte teórico metodológico da Socioanálise Louraudiana, corrente da análise institucional, linha francesa. Propõe oito princípios norteadores: análise da encomenda e demanda; participação dos sujeitos no dispositivo; trabalho dos analisadores; análise das transformações que ocorrem à medida que o trabalho avança; aplicação de modalidades de restituição; trabalho das implicações primárias e secundárias; intenção de produção de conhecimentos e atenção aos contextos; e interferências institucionais. As contribuições estão relacionadas com a lógica de transformar para conhecer, produção coletiva do conhecimento e troca de saberes e aprenderes entre participantes e pesquisadores. Os desafios estão relacionados ao rompimento da lógica dominante nas pesquisas e da inclusão da diferença de saberes e poderes na produção de conhecimento. Conclusão: a Socioclínica Institucional pode articular transformação de práticas e produção de conhecimento. O referencial oferta importante suporte no campo de produção de conhecimento da enfermagem e da saúde por valorizar, em todo processo da pesquisa, a subjetividade dos envolvidos, bem como as instituições que atravessam as práticas e as relações.

  • Arteterapia: a Arte como Instrumento no Trabalho do Psicólogo

    A arteterapia é um método baseado no uso de várias formas de expressão artística com uma finalidade terapêutica. O presente artigo aborda a arteterapia tendo como objetivo refletir sobre a arte como instrumento de trabalho no campo específico da Psicologia. Apoiando-se na revisão de literatura sobre a temática, o artigo parte de um olhar histórico, examinando o contexto em que a arteterapia surge e seu desenvolvimento no Brasil. A seguir, são analisados os pressupostos fundamentais que norteiam o psicólogo nessa prática, assim como os aspectos conceituais e metodológicos próprios a cada uma das abordagens principais em arteterapia: psicanalítica, junguiana e gestáltica. A reflexão desenvolvida mostra que, apesar das diferentes molduras teóricas, a arteterapia é perpassada por uma concepção estética do humano, visto como um ser criativo, capaz de se transformar em artista da própria vida. Conclui-se, então, que a arte pode ser uma ferramenta valiosa para a atuação do psicólogo nos mais diferentes contextos, vinculada ao seu compromisso ético de contribuir para que o sujeito se (re)constitua como autor da própria história.

  • Psicologia Comunitária e a Saúde Pública: Relato de Experiência da Prática Psi em uma Unidade de Saúde da Família

    Este trabalho relata a realização de uma experiência de estágio em uma Unidade de Saúde da Família em Santa Maria-RS. O objetivo foi analisar a prática da Psicologia comunitária e as suas estratégias de facilitação em comunidades inseridas em uma unidade de saúde pública. Participaram dessa experiência usuários atendidos pela equipe multidisciplinar que haviam sido encaminhados para o serviço de Psicologia. No contexto estudado, as estratégias utilizadas foram entrevistas, visitas domiciliares, conversas informais e interação nos espaços comunitários. Essas estratégias se mostraram importantes para o mapeamento da realidade comunitária, das redes de serviços e para verificar como estas funcionam. No que se refere às questões éticas, observou-se a importância de romper os padrões de atendimento psicológico tradicional, quando se constrói uma ética que abrange os princípios da interdisciplinaridade. Observou-se que estratégias de atuação em comunidade na perspectiva da Psicologia comunitária podem favorecer ações mais integradas às necessidades da população atendida pela ESF. Tal experiência apontou a importância do questionamento sobre os modelos de atuação prestados pela Psicologia nos serviços de saúde pública, se for discutida uma proposta de atuação que esteja comprometida com o fortalecimento e o engajamento comunitário para o exercício e a garantia da cidadania dos usuários.

  • ENTREVISTA/CONVERSA: PREPARAÇÃO, DISCUSSÃO, RESULTADOS E SÍNTESES FINAIS

    Nesse tópico, o foco é a entrevista/conversa que vocês terão com um sujeito social, sobre os 10 pontos debatidos e aprofundados no curso. 

    Sugere=se que o entrevistador deve ser capaz de:

    1) estar presente, no sentido de estar inteiramente disponível para o outro naquele momento, e poder ouvi-lo sem a interferência de questões pessoais;

    2) ajudar o entrevistado a se sentir à vontade e a desenvolver uma aliança de trabalho;

    3) facilitar a expressão das opiniões e comentários, mesmo que anti-éticos ou inusitados

    ;

    4) buscar esclarecimento para colocações vagas ou incompletas;

    5) gentilmente, confrontar esquivas e contradições;

    6) tolerar a ansiedade relacionada aos temas evocados na entrevista;

    7) reconhecer defesas e modos de estruturação do sujeito, especialmente quando elas atuam diretamente na relação com o entrevistador (transferência);

    8) compreender seus processos contratransferênciais;

    9) assumir a iniciativa em momentos de impasse;

    10) dominar as técnicas que utiliza.