Programação

  • A aventura da modernidade e o jornalismo

    O jornalismo é produto da aventura da modernidade. O professor Ciro Marcondes Filho, no livro "A saga dos cães perdidos" defende a ideia que a ideia original de jornalismo foi sendo modificada ao longo do tempo com a mercantilizaçao, monopolização e tecnologização desta atividade. O termo "cães perdidos" faz uma referência ao watchdog (cães de guarda) que sintetiza a ideia do jornalista como "fiscal dos poderes"ou quarto poder.

    Abaixo, uma resenha do livro elaborada pela jornalista Juliana Guzzoni e publicada na Revista PJBr.

    Veja também o debate sobre os modelos curriculares para o ensino de jornalismo com o professor Ciro Marcondes Filho e Dennis de Oliveira

    O trajeto de homens e mulheres cujo instrumento de trabalho era a caneta, o papel, a máquina de escrever e, mais recentemente, o computador.

    "A história do jornalismo reflete de forma bastante próxima a própria aventura da modernidade". A frase dá início a um enredo bem elaborado, descrito pelo professor Ciro Marcondes Filho, da Escola de Comunicação e Artes da Universidade de São Paulo (ECA-USP).

    Desde que surgiram, duzentos anos atrás, os jornais e os jornalistas provocaram uma verdadeira reviravolta na sociedade, que foi colocada em observação e se tornou debate. No entanto, diante das transformações por que passa o mundo contemporâneo onde a informação ganha espaços cada vez maiores e ao mesmo tempo se estende e se dispersa, com a internet e outros sistemas de transmissão e consulta de informações, o jornalismo parece perder espaços.

    Ciro Marcondes descreve e analisa cuidadosamente no livro "Comunicação e Jornalismo – A saga dos cães perdidos", o desafio que é permanecer em uma atividade cada vez mais fragmentada nas teias de novos meios de comunicação e informação, afastando-se de sua forma original. Editado pela Hacker Editores, o livro é o terceiro volume da coleção Comunicação, uma coletânea de obras que trazem à tona discussões em torno da mídia, da política, pesquisa, da educação, do discurso.

    A saga dos cães perdidos permite que o leitor conheça as etapas por que passou o jornalismo desde sua origem. Os impasses colocados diante do jornalismo contemporâneo são colocados de forma instigadora. O autor traz ainda uma aguçada perspectiva crítica que procura desfazer críticas e estereótipos e tenta identificar os fenômenos que desnorteiam hoje a atividade jornalística. O livro faz uma reconstituição da saga desse importante grupo humano que nos últimos duzentos anos provocou verdadeiras revoluções na maneira de ver, sentir e vivenciar o mundo e mostra que, apesar de terem perdido o faro investigativo, a fúria desbravadora e a coragem de tudo desvendar, os cães estão por aí.

    Marcondes Filho apresenta um trajeto desses homens e mulheres cujo instrumento de trabalho era a caneta, o papel, a máquina de escrever e, mais recentemente, o computador. Comunicação e Jornalismo – A saga dos cães perdidos é uma leitura indicada para estudantes, jornalistas e curiosos, envolvidos ou não com a comunicação, mas interessados em conhecer esta história que compões a história deste país que tem sido diariamente desvendado.

    O professor Ciro Marcondes Filho é professor titular na Escola de Comunicação e Artes da USP. Concluiu o doutorado na Universidade de Frankfurt e fez pós-doutoramento na Universidade de Grenoble. Escreveu também "A viagem pela irrealidade da comunicação"; "A civilização místico-tecnológica do século 21"; "Sociedade tecnológica"; "Televisão, a vida pelo vídeo" e "Cenários do novo mundo".

    O site da Hacker Editores é www.hacker-editores.com.br

    *Juliane Guzzoni é jornalista.
    <Jguzzoni@uol.com.br>



  • Jornalismo e esfera pública

    A atividade do jornalismo tem como objetivo fomentar a esfera pública. A formaçao desta instância que chamamos esfera pública está diretamente ligada às revoluções burguesas do século XVII, entretanto, o jornalismo começa a se constituir como uma instituiçao mediadora comunicativa a partir da metade do século XV com a invenção da imprensa. Há uma articulação direta entre a mobilidade humana por conta dos processos comerciais com a formação do espaço público razão pela qual não há uma contradição direta entre esfera pública e mercantilização, embora as duas instâncias tenham suas diferenças. Há, sim, uma unidade dialética entre ambas, razão pela qual a crítica de Habermas a pretensa colonizaçao mercantil da esfera pública deve ser vista com reservas. John B. Thompson apresenta esta discussão ao propor a noção de mídia como um "meio técnico" onde determinadas características se apresentam. 

  • Jornalismo como compartilhamento das imediaticidades - jornalismo como ação cultural

    Nesta aula, abordaremos o jornalismo como uma ação cultural tipicamente da modernidade. A proposta de Adelmo Genro Filho é tratar o jornalismo como uma atividade potencialmente libertadora porque possibilita ao cidadão compartilhar o imediato, o cotidiano e, assim, poder participar da construção da realidade a cada momento. Os mecanismos ideológicos e manipulatorios por parte do poder do capital vão no sentido de limitar esta potencialidade. 

    Para Genro Filho, jornalismo é uma forma própria de apropriação do conhecimento cristalizada na singularidade dos fatos, distinta da Ciência (que apropria o conhecimento a partir da universalidade) e a Arte (cristalizada na dimensão do particular), embora transitando entre ambas. As imediaticidades compartilhadas possibilitam ao cidadão ter a competencia de saber os passos da construção da realidade e, assim, poder intervir. E este mecanismo de conhecimento só é possível dentro dos paradigmas da modernidade.


  • Crítica ao contrato social - a perspectiva frankfurtiana e a concepção universalista de sujeito teórico

    Nesta aula, abordaremos as principais ideias de Adorno, Horkheimer e Marcuse, intelectuais da Teoria Crítica da sociedade, mais conhecida como Escola de Frankfurt, que procuraram aplicar conceitos do pensamento marxiano as instâncias culturais e da racionalidade na sociedade capitalista. De Adorno e Horkheimer, importamos os conceitos de "razão instrumental" e "industria cultural", presentes no texto clássico "O esclarecimento como mistificaçao das massas"  e de Marcuse, o conceito de homem unidimensional e o deslocamento do princípio da realidade do pensamento freudiano para "princípio do desempenho" visto por ele como uma internalizaçao da ritmicidade da sociedade industrial.

  • Crítica ao contrato social - as perspectivas das teorias latino-americanas

    Nesta aula, abordaremos as reflexões de Annibal Quijano sobre o padrão colonial de poder, no qual ele aponta que o projeto da Modernidade é um "projeto eurocêntrico" porque foi formulado a partir  de um determinado contexto (europeu) que se forja na perspectiva de colonização de outro lugar (as Américas). A universalizaçao deste projeto significa manter intacto um padrão colonial de poder, interditando outras possibilidades de modernização. Para isto, a categoria raça é mobilizada como elemento classificatório para selecionar os que podem e não podem usufruir das estruturas da Modernidade.

  • O contrato racial

    Aula que irá fazer uma reflexão da proposta teorica do pensador jamaicano Charles Mills de "contrato racial"no qual ele critica a perspectiva de universalidade do arquétipo de cidadão do projeto do Contrato Social, propondo que o contratante é homem e branco. Mulheres, homens negros e mulheres negras são subcontratantes ou não contratantes.

  • A perspectiva dialógica de Paulo Freire

    A proposta pedagógica de Paulo Freire como "ação cultural pela emancipação" é uma proposta aplicável ao jornalismo, tendo em vista que as alterações nas configurações societárias do capitalismo globalizado destróem a esfera pública tradicional, deslocam o compartilhamento das imediaticidades proposto por Adelmo Genro Filho e recuperam uma perspectiva de sociabilidade decolonial. 

  • Tópico 8

  • Tópico 9

  • Tópico 10