Programação

    • sumak kawsay sumak kawsay

      mitologia comparada

      itinerário dos encontros
      segunda-feira - 09 hs - sala 130 - lab_arte
      docente: prof. dr. marcos ferreira-santos - http://www.marcosfe.net/
      lattes: http://lattes.cnpq.br/1074988266323465 
      fapesp: http://www.bv.fapesp.br/pt/pesquisador/87136/marcos-ferreira-santos/ 
      e-mail: marcosfe@usp.br 

      livros-base do curso:

      capa livro crepusculário marcos ferreia-santos

      FERREIRA-SANTOS, M. Cantiga leiga para um rio seco misturado de poente e outras mitologias. São Paulo: Képos, no prelo.
      FERREIRA-SANTOS, M. (2005). Crepusculário: conferências sobre mitohermenêutica & educação em Euskadi. São Paulo: Editora
      Zouk, 2a. ed.
      FERREIRA-SANTOS, M. & ALMEIDA, Rogério (2012). Aproximações ao imaginário: bússola de investigação poética. São Paulo: Képos, 2012.


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      05/03

      - Introdução à disciplina, bibliografia, dinâmica das aulas e avaliação.

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      12/03

      apresentação – quem matou kasper hauser?

      a origem dos jelyas (griots e griolas) – hermes e a mitohermenêutica - a escola de eranos

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      19/03 - Não haverá aula - tratamento médico
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      26/03

      mari, pachamama e ñandecy – as grandes mães

      oskorri euskara, illary quechua e koê guarani  - o crepúsculo

      icamiabas, diadorim, hua mulan, tomoe gozen, juana azurduy e anita garibaldi – donzelas guerreiras

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      02/04 - não haverá aula - tratamento médico
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      09/04

      tapir, nanã e ogum, a mulher maxalaki – a criação dos humanos

      sangomas e cangomas - mito e ancestralidade

      ñande rekó guarani e o anthropos - mito e sagrado

      Obs: encontro no Ateliê Sirlene Giannotti: Rua Michael Kalinin 30 - Butantã - Tel: (11) 2925-3412 - Email: tapiroicos@gmail.com

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      16/04

      inana e a rosa de istambul – a noção de pessoa

      tatanka e os filhos da cobra – mito e alteridade

      coan do chá e as encantarias das águas

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      23/04

      seimei e a raposa - mito, imaginação e memória

      truong chi e uakti - mito e música

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      30/04 - Não haverá aula - feriado
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      07/05

      a quena, chakana e sumak kawsay quechuas - mito e oralidade

      os amantes e a árvore, o ceibo e os mapuches - mito e corpo

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      14/05

      teiniaguá, o velho sábio e a bailarina, e a princesa sàng – animus e anima

      impressões do mundo flutuante - ukiyo-ê, shinto e zen

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      21/05

      jurupari e o boto – o tertium datur e o mysterium

      boitatá, butantan e o pavão mysterioso - mito e espaço

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      28/05

      mestres das armas – deuses e heróis solares

      niwa, pangu e a pequena jardineira – a velha da terra

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      04/06 - não haverá aula - tratamento médico
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      11/06

      kiriku, piá e ganesha - mito e iniciação

      o antro dos sapateiros – unitas multiplex

      anancy e ariadne - tecelões e fiandeiras

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      18/06

      tonapa, quetzalcoalt, peregrinos e sagas ao oeste – homo viator

      ferreiros e ferreiras – forjas mitopoiéticas

      a solidão e o silêncio na apologia do canto

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      25/06
      apresentação e discussão coletiva sobre os mitodramas em vídeo-poesia





      sobre o exercício de mitodrama em vídeo-poesia de até 05 min:


       “Apesar de constantemente atacado, o mito sobrevive na linguagem, na ideologia, na ciência, nas instituições, na história, na magia, nos ritos, na religião, no senso comum e, de modo privilegiado, nas obras de arte. Ainda que não apareça nomeado, ainda que seja refutado, ignorado ou desprezado, o mito atua como pano de fundo, como prática simbólica que se organiza em narrativa. Todo discurso é uma narrativa. A pintura, o poema, as palavras de ordem, um conjunto de leis, uma melodia musical, uma ideologia ou uma utopia apresentam-se como narrativas, guardam sentidos figurados, simbólicos, que remetem às formulações míticas. Assim, o mito é “a abertura secreta através da qual as inexauríveis energias do cosmos penetram nas manifestações culturais humanas. As religiões, filosofias, artes, formas sociais do homem primitivo e histórico, descobertas fundamentais das ciências e da tecnologia e os próprios sonhos que nos povoam o sono surgem do círculo básico e mágico do mito (Campbell, 1993: 15)”.

      “Porque o mito fornece os sentidos necessários para o homem se situar no mundo, é a base das produções simbólicas do imaginário. É a potência criadora e mediadora da vida individual e coletiva, está na base das atividades psíquicas, das narrativas biográficas, rege a vida social, as formulações ideológicas, as narrativas históricas etc. Nesse sentido, o mito é “a articulação entre a arché (passado) e o presente vivido em direção a télos (devir) através da narrativa dinâmica de imagens e símbolos” (Ferreira-Santos, 2000: 68).

      (...) Por isso, nossa necessidade de reafirmar essa hermenêutica como jornada interpretativa em que a pessoa é o início, o meio e o fim da jornada e que suscita um engajamento existencial. Não como técnica de interpretação de alguém sentado, confortavelmente, em seu gabinete com seus dicionários, nos seus cemitérios de palavras sem alma, e os utiliza para a exumação dos sentidos. Assim, a maioria dos dicionários de símbolos e de mitologias é um cemitério. O verbete é uma cova num cemitério de sentidos, pois ele foi retirado de seu contexto e se converte em palavras mortas dispostas em um esqueleto esquálido de ações desprovidas de sentido. Pode ser qualquer coisa, se aplicar a qualquer prática ao bel prazer de qualquer propósito e, ao mesmo tempo, nada significar - salvo honrosas e poucas exceções, como por exemplo, o saudoso mestre, Junito Brandão, em seu Dicionário Mítico-Etimológico de Mitologia Grega (Editora Vozes, 2 vols, 1993) em que cada verbete resgata sua narratividade e suas vertentes em várias e generosas páginas -. Perde sua pregnância simbólica, perde esta característica própria de quem fecunda sentidos em uma gravidez de Ser. É importante lembrar, cotidianamente, que a pregnância vai de par com a maiêutica (“parir idéias e sentidos”), assim como a humildade vai de braços dados com a sabedoria. Basta olhar a altivez nos olhos negros emoldurados das rugas esculpidas pelo tempo e branqueados cabelos pelas tantas luas de nossas avós.
      A jornada interpretativa é, precisamente, esse momento antropológico em que eu deixo o gabinete, a comodidade do lugar-comum, o meu lugar, o meu locus (lugar) e domus (lar) e, então, viajo. Vou contemplar essa paisagem desde o seu interior, vou dialogar com as pessoas concretas lá. E aí então, nessa explosão de sentidos, é que se dão as descobertas da constituição de nossa alteridade, me levam ao caminho de mim mesmo, ao mais específico de mim, numa reconstituição pessoal de sentidos.
      Pois é, exatamente, esta busca no interior da substância de uma imaginação criativa que caracteriza as práticas educativas como pretexto prático e plástico para o exercício de uma mitohermenêutica dos elementos ao modo bachelardiano que produz metáforas, imagens e símbolos capazes de organizar a nossa compreensão de si mesmo, do Outro e do mundo em que estamos mergulhados; não como pólos isolados, mas como nós de uma trama que só se constitui enquanto tal na socialidade (Maffesoli, 1985) das amarras, laços e cisões, ataduras e rupturas, sobre os fios da existência.”

      (FERREIRA-SANTOS, Marcos & ALMEIDA, Rogério (2012). Aproximações ao imaginário: bússola de investigação poética. São Paulo: Képos, p.43-44-48-49.)

       

      “[mito] é o relato de uma história verdadeira, ocorrida nos tempos dos princípios, in illo tempore, quando, com a interferência de entes sobrenaturais, o que não era, passou a existir. (...) Mito é pois a narrativa de uma criação (...) e sempre uma representação coletiva, transmitida através de várias gerações, e que relata uma explicação do mundo (...) é a palavra, a imagem, o gesto que circunscreve e fixa um acontecimento no coração do homem, emotivo como uma criança, antes de fixar-se como narrativa (...) abre-se como uma janela a todos os ventos e presta-se a todas as interpretações. Decifrar o mito é, pois, decifrar-se.” (Brandão, Junito (1988). Mitologia Grega. Petrópolis: Editora Vozes, vol. I).

       

       

      Mitodrama

      Sumário: O mitodrama como encenação dos temas míticos de um grupo; função de equilibração antropológica; uso na política cultural; modelo de análise de protocolos individuais.
      Termos relacionados: AT-9, imaginação simbólica, mitocrítica, mitanálise, imagem, imagem pessoal, imaginário.

      Formulação psicossocial-onírico-dramática do universo mítico de um grupo social, identificado por operações de mitanálise e mitocrítica e traduzido em situações dramatúrgicas, teatralizadas ou gestualizadas de diversas formas, diretamente ou pela mediação de instrumentos como o vídeo. Os mitos pessoais e coletivos podem ser encenados como funções dramatúrgicas de um dado grupo social, cujos membros assumem seus papéis (pertencentes tanto ao campo real da vivência quanto ao domínio da fantasia) numa montagem a partir da qual as pessoas têm uma apreensão e experimentação mais amplas de seu universo cultural - o que em princípio contribui para equilibração antropológica do grupo. O mitodrama é útil, também, como instrumento de desbloqueio da criatividade em programas de ação cultural com grupos. Para a montagem de um mitodrama é necessária a identificação dos símbolos e das redes de símbolos prevalentes no grupo, o que se faz quer a partir da mitocrítica e da mitanálise dos mitos coletivos, quer da análise de protocolos individuais - para a qual já existe formulado um modelo de interpretação, elaborado por Yves Durand (v. AT-9). Pelo menos desde a década de 70, é comum que grupos teatrais profissionais ofereçam-se como catalisadores para que grupos ou comunidades encenem sua própria história, presente ou passada. O grupo do Théâtre du Soleil, de Paris, foi responsável por uma experiência singular, desse tipo, com uma comunidade de mineiros do interior da França. Também o teatro antropológico de Eugênio Barba apresenta-se como variante de mitodrama.”
      Referências:
      Badia, D.D. Imaginário e ação cultural - as contribuições de Gilbert Durand e da escola de Grénoble. São Paulo, ECA/USP, 1993. Dissertação de mestrado.
      Durand, Yves. L'exploration de l'imaginaire. Paris, L'espace bleu, 1988.
      Teixeira Coelho. Uma outra cena. São Paulo, Polis, 1983.

      (Mitodrama. Verbete em: Teixeira Coelho (1997). Dicionário Critico de Política Cultural: Cultura e Imaginário. São Paulo: FAPESP/Iluminuras, p. 253)

       

      “Las actividades de crear cuadros parados y mitodanzas se muestran perfectas para que el grupo perciba la fuerza dinámica y estructurante de las articuladas en una narrativa que están presentes en los mitos y leyendas. Desde una lógica básica donde la educación sensible traspasa prácticas iniciáticas y el cuerpo es un elemento fundamental en la práctica educativa (...) La creación de las mitodanzas, actividad aprendida durante una clase ministrada por el profesor Ferreira-Santos, vino como una oportunidad para poner en práctica algunas ideas de Georges Gusdorf, presentes en su obra Mito y Metafísica (1960). Uno de los primeros conceptos presentados por este filósofo es lo de que mito y ciencia no son formas de producción de conocimiento que están en polos opuestos, como se solía poner lo real y lo imaginario o la verdad y la ficción. Él complementa esta idea aclarándonos que el mito no está fuera del real, sino es la forma que el hombre creó para instalarse en lo real y permanecer allí. Así como el autor, pensamos que el mito está encarnado en la realidad, no existe por sí solo, tampoco se basta, y necesita un contexto existencial para existir de hecho, porque el hombre vive y entiende sus experiencias a partir de su cuerpo. En esta obra, Gusdorf nos dice que el hábitat humano adquiere forma mental y que la consciencia mítica permite que construyamos una envoltura protectora en cuyo interior el hombre encuentra su lugar en el universo.  Desde este punto de vista, es propuesto a los participantes del laboratorio la creación conjunta de mitodanzas a partir de mitos y leyendas de los pueblos originarios de América. Ellos reciben un mito y en grupo crean una danza que cuente y celebre este mito, sin utilizar palabras. Ellos reciben algunos instrumentos musicales rituales – como maracas, tambores, flautas, silbatos – y la idea es transformar la narrativa en una danza. Esta es una forma de llevarles a experimentar un universo primordial y utilizándose de lenguajes artísticos (danza, música y teatro) como mediadores del proceso proporcionarles un nuevo entendimiento de estas narrativas.  Así, alcanzamos los tres objetivos de la educación sensible que buscamos: conocer, reflexionar y crear. Es decir, alcanzamos un saber incorporado a la vida que nos permite construir nuestra identidad desde una vivencia colectiva, no solo para conocer y reconocer la cultura, pero para entenderla como una estructura sensible que está en constante formulación y reformulación.”

      (RUBIRA, Fabiana (2014). El arte de contar historias: narración oral y formación humana. In: FERREIRA-SANTOS, Marcos; MORALES, Patricia Perez & RUBIRA, Fabiana. Aproximaciones a la educación sensible - Vivencia en los núcleos experienciales en Astronomía y Arte-educación. Bogotá: IDARTES – Planetario de Bogotá)

       




















        

       

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      O Lab_Arte - laboratório experimental de arte-educação & cultura é um laboratório didático da FEUSP criado em 2004 por iniciativa dos alunos de Pedagogia para tentar suprir uma importante lacuna nas atividades formativas da instituição a partir de experimentações e vivências nas várias linguagens artísticas, numa perspectiva antropológica, levando em conta a diversidade cultural, étnica e artística.

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