A disciplina procura discutir o primeiro tempo modernista no Nordeste Brasileiro (1922-1930) a partir das viagens de Mário de Andrade à região (1927 e 1929), das correspondências trocadas pelo polígrafo paulista com escritores nordestinos, tais como Ascenso Ferreira, Câmara Cascudo e Joaquim Inojosa, e dos ensaios de Mário sobre a cultura popular, em especial, sobre a cantoria do coqueiro potiguar Chico Antônio. O curso também objetiva investigar a pluralidade do Modernismo no Brasil e a interação de diferentes regiões brasileiras em torno de uma ideia nacional. Como fundamentação teórica, o curso partirá da contribuição de Antonio Candido para os estudos do primeiro Modernismo no Brasil e de bibliografia específica sobre os anos 1920 no Ceará, Rio Grande do Norte e Pernambuco. A disciplina, sempre que possível, recorrerá a fontes primárias (cartas, fotografias, manuscritos etc), preservadas principalmente no Instituto de Estudos Brasileiros ou em acervos do Nordeste Brasileiro, que possam promover um diálogo com o discurso histórico. O outro campo de investigação da disciplina é a relação do pensamento estético de Mário Andrade e a cantoria nordestina, materializada nas crônicas do livro Vida do Cantador (1994) e no Dicionário Musical Brasileiro (1989), bem como em notas marginais a livros de folcloristas como Gustavo Barroso e Leonardo Mota.