O Marx, nesta disciplina optativa, é diferente e oposto ao Marx unanimemente entendido. É um Marx que, até sua morte, foi vinculado à sua tese de doutorado e ao Feuerbach, um Marx que jamais foi hegeliano. É um Marx mais à La Foucault, mas que desde o Crítica à filosofia do direto em Hegel foi um destruidor do discurso burguês. Crítico da dialética, da positividade científica, da razão sociológica, não tem uma filosofia da história. Não busca a existência empírica da verdade, mas a verdade da existência empírica. Não vê o homem e a história como meios para a verdade chegar à autoconsciência. Todas as suas análises inevitavelmente levam à necessidade prática da abolição da propriedade privada (alienada) e do mercado. Não reconstrói a ciência da riqueza fetichizada (economia política). É um Marx que nos leva a ver as causas “identitárias” como lixo ideológico burguês, crítica muitas vezes histéricas, mas feitas na sintaxe da ordem existente, um espetáculo à La Debord. Não é uma disciplina dirigida aos alunos candidatos a intelectual chique politicamente correto.