Retomando discussões sobre a “lei dos gêneros” (discursivos, mas não só), e continuando a investigação de alguns gêneros menos analisados pela literatura comparada, a disciplina buscará pensar o funcionamento de práticas discursivas como o diário, a carta, o bilhete, o segredo, a piada, o relato do sonho, a especulação e a ficção científica, o Afrofuturismo e a conjectura. Parte-se da lição, apreendida através da proximidade com a literatura, da dificuldade de se determinar o sentido, a referência, o destinatário e o signatário de uma obra, para então sondar o funcionamento de cada um desses elementos em diferentes tipos de produção discursiva. Em alguns casos a reflexão terá como ponto de partida textos literários que incorporam ou mimetizam esses gêneros, em encenações de seus procedimentos, formas, convenções e possibilidades. Além da análise da maneira como a indeterminação opera em diferentes gêneros textuais, ao longo do semestre a disciplina passará também pela questão da relação entre critérios de valor alternativos e modos de produção, circulação, comodificação e recepção, ou seja, pela pergunta sobre seu valor (político).