O curso pretende analisar a construção do narrador camiliano e verificar em que medida ele pode ser considerado como um narrador autoficional. Inicialmente será analisada a aproximação, habitual, entre a obra de Camilo Castelo Branco e de Honoré de Balzac, apontando os equívocos interpretativos daí decorrentes. Posteriormente a obra do escritor português será confrontada com romances de Alexandre Dumas produzidos nos anos 30 e 40 do século XIX, o que permitirá uma nova visada sobre algumas características da prosa camiliana, ligando-a, também, a outras narrativas de Alexandre Dumas Filho e Almeida Garrett. Será possível, então, refletir sobre a forma como Camilo constrói, a partir dos anos 60 do século XIX, seu narrador, o que permitirá traçar alguns pontos de contato com procedimentos narrativos que foram adotados por Machado de Assis a partir de As memórias póstumas de Brás Cubas. Por fim, será avaliada a possibilidade de utilizar as teorias sobre a autoficção para analisar o narrador camiliano.