A dificuldade com a escrita acadêmica entre estudantes universitários tem motivado, na última década, principalmente, a criação de cursos e disciplinas, nas universidades, relacionados à área do letramento acadêmico. Isso demonstra alteração no antigo discurso sobre o déficit na escrita dos estudantes, por meio do qual alunos e escola básica eram responsabilizados pela qualidade de sua escrita e professores universitários não se sentiam responsáveis por ensinar o letramento em gêneros acadêmicos. A rejeição à ideia do déficit (BARTON e HAMILTON, 2000; GEE, 2015; LEA e STREET, 2014;) baseia-se no fato de que, desde seu ingresso no ensino superior, o estudante já é letrado, uma vez que conhece inúmeras outras formas de escrita, sem ter ainda se apropriado das práticas e dos gêneros acadêmicos exigidos no contexto da universidade, o que faz com que seja necessário que se explicitem os conhecimentos prévios de escrita dos alunos para que sejam desenvolvidos e ajustados ao padrão dos gêneros acadêmicos.