Antropologia
Discutir as formas e possibilidades de construção de narrativas antropológicas por meio da linguagem audiovisual. Discutir a categoria “filme etnográfico” e “documentário”, sua construção e análise de algumas experiências neste campo, realizadas no Brasil e no exterior. O filme etnográfico pode ser considerado hoje um gênero de produção audiovisual. É também uma das formas de produção e transmissão de conhecimento antropológico. O curso propõe uma análise da produção antropológica que lança mão da linguagem audiovisual, analisando suas estratégias e narrativas, suas aproximações com as discussões paradigmáticas da antropologia.
Esta disciplina visa introduzir os alunos da graduação na área dos estudos de gênero, com um enfoque que aproxima a antropologia com outras áreas das humanidades. Gênero tornou-se uma categoria e uma reflexão teórica muito relevante nas ciências humanas nas últimas três décadas. Sua produção teórica específica tem tido um desenvolvimento e uma produção crescente desde a década de 1970, em diálogo com as teorias sociais, com reflexões acerca das formas de poder e de desigualdade que são social e culturalmente produzidas. Os debates sobre gênero dialogam intensamente com as revisões acerca dos conceitos de sociedade, natureza, cultura, poder, violência, e com as questões de direitos humanos. Também se destaca na disciplina as intersecções entre gênero e raça. A disciplina apresenta a área dos estudos de gênero mostrando inicialmente sua relação com os debates fundamentais da antropologia (como a dicotomia natureza/cultura). Reconhecendo as relações desta área com a questão das formas de poder, a disciplina aponta para a forma como o conceito de gênero advém dos estudos sobre mulheres e dos estudos feministas. Nesse debate com os trabalhos sobre mulheres e com as propostas feministas, a disciplina explora também o problema contemporâneo da identidade e de seu papel político. A partir da bibliografia que construiu a noção de gênero nos anos 70, a disciplina busca acompanhar os desdobramentos teóricos posteriores em diálogo intenso com áreas afins à antropologia. Explora por fim as relações entre gênero e outras formas de diferenciação social, como a questão da raça e o problema que advém do reconhecimento da extrema diversidade entre as mulheres.
Possibilitar ao aluno de ciências sociais um aprofundamento de temas e conceitos em debate na antropologia contemporânea. Com vistas à formação profissional de professores, o curso tem como objetivos específicos a) a realização de atividades de interpretação e análise de textos, imagens e vídeos, bem como de produção textual (verbal e escrita) e, consequentemente, o aprimoramento de competências e habilidades relacionadas à expressão em língua portuguesa; b) explorar questões, conteúdos, materiais (textos de divulgação, filmes – documentários e ficções –, ensaios fotográficos, reportagens etc.) relacionados ao curso de forma a instrumentalizá-los na capacitação dos alunos como docentes; c) estabelecer como rotina o acesso às tecnologias de informação e comunicação na interface do ensino-aprendizagem (por exemplo, uso da plataforma moodle, disponibilização de materiais em nuvem, a exposição de conteúdos com apoio de recursos multimídia, estimular a consulta e utilização do acervo filmográfico do Laboratório de Imagem e Som de Antropologia (LISA) etc.
O objetivo do curso é introduzir uma discussão acerca das formas de organização social dos povos indígenas das terras baixas sul-americanas, apresentando também um panorama inicial de algumas de suas variantes principais nessa macro região. Tomando como ponto de partida uma discussão sobre a noção de sociedade desenvolvida na etnologia da Nova Guiné, faremos em seguida um sobrevôo na literatura amazonista voltada a duas questões que, de forma diferente mas complementar, incidem sobre o problema da conceitualização da vida social dos povos da terras baixas: parentesco e política. A primeira parte do curso, portanto, será centrada em algumas discussões sobre parentesco desenvolvidas na etnologia americanista partir da década de 1970, momento em que esse campo de estudos busca afirmar a originalidade de suas formulações teóricas em relação à uma antropologia fundada na etnografia africanista. Assumindo o risco de proceder a uma apresentação demasiado superficial dessa densa discussão, privilegiaremos a leitura de material sobre áreas etnográficas distintas, visando explicitar como as diversas formas de vida social suscitaram elaborações teóricas significativas. Na segunda parte do curso passaremos às discussões sobre política ameríndia, através da contribuição original de Pierre Clastres à questão com a elaboração da noção de sociedade contra o Estado. A abordagem dos textos de Clastres será complementada pela leitura de trabalhos que exploram e extrapolam as ideias do autor, especificamente na obra de Deleuze e Guattari e desdobramentos, na etnologia americanista, das discussões sobre formação de grupos em torno de figuras de liderança. O curso se encerra com a leitura  de textos recentes sobre ambas a problemáticas
abordadas, os quais serão objeto dos trabalhos de avaliação.

O objetivo desse curso é oferecer aos alunos uma introdução a alguns dos conceitos e temas chaves da antropologia. O curso está estruturado a partir de uma lógica contrastiva que articulará a importância da relação entre o "familiar” e o "exótico” na construção do conhecimento antropológico. Discutiremos alguns dos conceitos e temas fundamentais da Antropologia como o evolucionismo, o conceito de cultura, etnocentrismo, trabalho de campo e formas de classificação, reciprocidade e dádiva, entre outros. Em aulas selecionadas, o foco incidirá ainda sobre a maneira como diferentes grupos sócio-culturais tematizaram sobre o corpo. A premissa básica que orientará as discussões em sala de aula se refere ao caráter eminentemente social dos "usos do corpo”.  Nesse sentido, focalizaremos os significados sociais de algumas das suas principais funções biológicas, como, por exemplo, saúde, morte, doença, alimentação, entre outros.  Espera-se assim possibilitar aos ingressantes no curso de Ciências Sociais uma formação básica e introdutória em Antropologia Social, estabelecendo perspectivas para o aprofundamento de instrumentos conceituais, teóricos e metodológicos pertinentes à reflexão antropológica.

Métodos didáticos, critérios de avaliação e de recuperação

Participação

A participação de cada estudante em sala de aula será de fundamental importância para o sucesso do curso. Espera-se que os estudantes leiam os textos do programa e dêem a si mesmos tempo para refletir antes de cada aula. Espera-se que os estudantes tragam os textos para sala de aula e os utilizem para responder ou formular questões.

¨Haverá duas provas escritas, individuais e sem consulta (P1 e P2), acompanhadas de uma avaliação contínua do desempenho dos alunos nas atividades propostas em sala de aula (P3). Nesta parte da avaliação (P3) os alunos deverão realizar um conjunto de atividades distribuídas ao longo do curso (como resumos dos filmes, produção de roteiros de leitura dos textos, participação em debates, produção textual em sala de aula e/ou a realização de observações etnográficas em espaços previamente indicados).

¨Serão solicitadas resenhas em algumas em aulas alternadas e previamente indicadas. O material será discutido na 2ª. Parte da aula. Quando for solicitado as resenhas deverão ter no máximo1 página e ser entregues até 1 dia antes da aula (aos domingos ou segunda-feira de acordo com a turma em que o aluno estiver matriculado). As notas de leitura deverão conter: 1. Exposição da principal linha de argumento do autor; 2. Exposição dos demais argumentos, buscando identificar seus encadeamentos; 3. Identificar as ideias e outros autores com ou contra os quais o autor resenhado dialoga, se contrapõe ou se alinha.

A média fina será composta da seguinte maneira:

¨P1 (nota) + P2 (nota) + P3 (nota) =

3

¨A Recuperação (para quem ficar com média final entre 3,0 e 4,9) constará de uma prova escrita seguida de prova oral com a professora e os monitores, referente a toda a matéria, em data a ser agendada.

¨Freqüência mínima = 75% do total das aulas.

A partir de modelos teóricos da Antropologia e das técnicas de observação etnográfica, estabelecer categorias de análise para identificação e estudo de formas contemporâneas da dinâmica cultural urbana.

A pesquisa e a reflexão contemporâneas sobre sexualidade nas ciências sociais têm insistido num conjunto instigante e fértil de proposições teóricas e programáticas. O ponto de partida é a conceituação da sexualidade como produto histórico, imbricado a instituições de reprodução social, estratificação, hierarquias de prestígio, estratégias de regulação e de mudança social. Uma marca comum desses estudos tem sido o esforço de articular questões convencionalmente tidas como afeitas à esfera da subjetividade a uma compreensão renovada de processos sociais e políticos mais amplos, propiciando assim um diálogo intenso e profícuo com a revisão de conceitos como pessoa, sujeito, cultura poder, estratificação social, movimento social e política. Esta disciplina procura oferecer uma introdução geral aos desenvolvimentos dessas ideias e sua repercussão, com especial ênfase na ampla temática da diversidade sexual e de gênero, em relação a outros marcadores de diferença,  chamando a atenção para as lógicas culturais envolvidas em processos de formação de identidades, subjetividades e constituição de novos sujeitos de direitos.