Como reconhecer a prática de assédio no trabalho
Para oferecer ainda mais subsídios para entender a diferença entre elogio e assédio, convidamos você a assistir o vídeo abaixo:
É importante se atentar a essas questões, para reconhecer os diversos limites que devemos ter uns com os outros. Se você ainda tem dúvidas sobre o que pode ou não ser inadequado, reflita sobre as questões abaixo:
. Sua maneira de paquerar pode assustar ou alarmar a outra pessoa?
. Você faz uma aproximação sexual direta apesar do contexto (uma entrevista de trabalho, por exemplo) ser inapropriada?
. Sua paquera consiste em fazer comentários que não são bem-vindos sobre o corpo ou as genitais da outra pessoa?
. Continua insistindo apesar de a outra pessoa ter expressado que não estava interessada? *
*(texto das perguntas traduzido livremente do material de Laura Bates - Pictoline)
Caso a sua resposta para alguma dessas perguntas foi sim, então você está, possivelmente, passando dos limites para com o(a) seu(sua) colega de trabalho. Sendo assim, é importante repensar sobre essas atitudes, por mais que não seja a sua intenção causar nenhum constrangimento.
🤔 PARA REFLETIR
- Quando um olhar ou uma cantada no ambiente de trabalho se transformam em assédio sexual?
Apenas quando favores de ordem sexual são impostos como condição clara para dar ou manter o emprego, ou usados para influir nas promoções na carreira ou para prejudicar o rendimento profissional, humilhar, insultar ou intimidar a vítima.
Para a Organização Internacional do Trabalho (OIT), o assédio sexual é definido como atos de insinuações, contatos físicos forçados, convites impertinentes, mediante ameaça de demissão ou em troca de vantagem, promoção ou contratação. Ele pode ocorrer por intimidação ou por chantagem. Se o ato praticado for grave, não há a necessidade de provar-se a repetição da conduta. Fonte.- Quando a fofoca de corredor se transforma em caso de assédio moral?
A partir do momento que a fofoca se torna ofensiva à honra, à imagem e à dignidade da pessoa. Para isso a vítima tem que provar que sofreu um dano, seja ele físico, seja moral. Vale destacar que dano moral tem natureza imaterial, atinge a personalidade, a esfera íntima afetiva e de valores de quem é atingido por ele ou mesmo seus herdeiros e sucessores. Fonte.
- Quando o assédio moral se torna um ato discriminatório racista?
“Eu trabalhava numa empresa, era uma executiva de negócios, e um dia eu trancei o cabelo. E eu já comecei a ser tratada de uma forma estranha pelos meus colegas, que afirmaram que a gerente da empresa não ia aceitar. E, pra minha surpresa, um dia eu estava no final do expediente, com meus colegas, terminando o trabalho, essa pessoa veio, saiu da sala dela, diretamente, gesticulando, olhando de uma forma com muito desprezo, com muita agressividade contra mim. E eu tava com fone de ouvido, ela virou pra mim, assim, na minha frente e já veio falando: olha eu não vou aguentar, eu não aguento mais. Tira isso.” Fala da profissional Luana, transcrita do vídeo Discriminação racial no mercado de trabalho.
Segundo o vídeo produzido pelo Tribunal Regional do Trabalho 2a Região, a situação vivenciada por Luana é um exemplo de preconceito em função da cor da pele. Essa conduta, pode configurar crime de racismo ou injúria racial do ponto de vista penal, e do ponto de vista trabalhista é um precedente para abertura de processo por assédio moral.