Olá, futuros Farmacêuticos Clínicos.

Esperamos que todos estejam bem de saúde física e mental durante esse período pelo qual estamos passando.

Se preparem, pois, agora, vamos iniciar mais um fórum de discussão e feedback! Então, partiu!

Iniciando, gostaríamos de, mais uma vez, demonstrar a nossa gratidão pela participação de todos. Parabéns pelo esforço e comprometimento com a nossa disciplina! Vocês arrasaram!

Além disso, acho que vocês perceberam que, essa parte que estamos discutindo sobre o método clínico, requer mais dedicação para a construção do raciocínio mediante os casos apresentados. Contudo, após adquirirmos essa capacitação durante a disciplina, esse exercício da nossa profissão vai ficar muito mais prático.

 

QUESTÃO 7

Porque será que o método SOAP é tão importante para o sucesso da consulta farmacêutica?

Pois bem, considerando que as consultas devem ser registradas para o acompanhamento da evolução do paciente, podemos utilizar o acrônimo SOAP.  Cada letra refere-se a um dos quatro aspectos fundamentais das notas, ou seja, os dados

subjetivos (S),

objetivos (O),

a avaliação (A)

e o plano (P).

O registro deve seguir essa disposição e ser realizado respeitando a ordem cronológica (com a data e o tempo). Como é um método amplamente empregado por profissionais da saúde, há o fácil entendimento e compartilhamento das informações com a equipe. Ressaltando, assim, a importância da utilização do SOAP na prestação de assistência à saúde e documentação.

 

 

QUESTÃO 8 

Aqui vamos falar sobre os dados subjetivos dos quatro casos clínicos da atividade e discutir quais mais o(a) farmacêutico(a) poderia ter solicitado. Mas, para começar, vamos recordar um pouquinho sobre o que são os dados subjetivos:

“informações obtidas do paciente ou cuidador ou, se for o caso, de históricos de prontuário, sobre dados socioeconômicos e anamnese com histórico clínico, medicamentos em uso, gravidade da doença e progressão. Inclui as impressões subjetivas do profissional de saúde e as expressadas pela pessoa que está sendo cuidada”.

Assim sendo, podemos exemplificar em um caso quais seriam esses dados subjetivos. Por exemplo:

Caso clínico 1

·      Nome: R. F. J.;

·      Idade: 30 anos;

·      Gênero: masculino;

·      Ocupação: empresário;

·      Cor/raça: branco;

·      Procedência: natural e procedente de Ribeirão Preto-SP; Este paciente é encaminhado pela equipe de saúde de uma Unidade Básica de Saúde (UBS) para acompanhamento farmacoterapêutico;

·      Comorbidades: relata ter diagnóstico de DM1 há 17 anos;

·      Hábitos de vida: nega tabagismo e consumo de álcool;

·      História familiar: pai possui 57 anos, hipertenso e mãe possui 53 anos e não possui problemas de saúde; relata não possuir filhos e ser solteiro;

·      Renda familiar: atualmente passa por dificuldades financeiras, pois o negócio não anda muito bem;

·      História clínica: aos 15 anos de idade apresentou quadro agudo de polidipsia, poliúria e perda de peso, hiperglicemia - diabetes com cetoacidose diabética, sendo internado. Após a alta, permaneceu em acompanhamento ambulatorial com exames clínicos e laboratoriais. Após esta internação, ele diz que em nenhum momento teve que ser internado novamente, porém diz que passou mal muitas vezes, sentindo tontura, suor frio, “sensação esquisita” que acredita estar relacionada a utilização de insulina;

·      História, conhecimento e adesão terapêutica: relata que acredita ter recebido orientação quanto a utilização de insulina no momento que obteve o diagnóstico aos 13 anos, mas não lembra direito. No entanto, recorda-se que quando foi internado devido ao quadro de cetoacidose diabética, a equipe de enfermagem orientou quanto à correta aplicação da insulina. Após a alta desta internação e até hoje, o paciente diz que nunca foi questionado ou reforçaram com ele sobre a utilização correta da insulina. Quando questionado sobre o armazenamento e uso da insulina, o paciente relata que armazena a insulina na parte onde ficam os ovos, pois lá possui uma porta basculante que impede a queda do vidro de insulina. Ao acordar, antes de tomar o café da manhã, ele retira as duas insulinas da geladeira, coloca o vidro de insulina NPH deitado entre as duas mãos, e realiza um movimento de esfregar as mãos com o frasco entre elas. Tira o protetor da seringa, enfia na borrachinha do frasco, retira 32 UI de insulina (diz que tem dificuldade de firmar o êmbolo na graduação exata), depois retira a seringa. Logo após, pega o frasco de insulina Regular, faz o mesmo procedimento anterior, porém com a insulina NPH já presente na seringa. Ele diz saber que o êmbolo deve chegar na marca de 50 UI, mas que nem sempre isto acontece, mas mesmo assim aplica, pois acredita ser algum erro de graduação da seringa. Este procedimento ele repete antes de jantar. E no almoço ele faz o mesmo procedimento, porém somente com a insulina Regular.

 

*Observação: reparem que, na história terapêutica, o registro é feito mediante o relato do paciente e, não, consultando a prescrição médica. A descrição dos medicamentos existentes na prescrição médica faz parte dos dados OBJETIVOS.

 

Esses foram os dados subjetivos que conseguimos resgatar no caso clínico 1.

Por conseguinte, podemos elencar outras informações que poderiam ter sido solicitadas:

Poderia ter sido questionado: rotina diária, atividade física, hábitos alimentares, qualidade do sono, frequência de consultas médicas / procedimentos cirúrgicos, medicamentos prescritos e não prescritos (mediante relato do paciente), fitoterápicos, chás, homeopatia, quantas pessoas moram na mesma residência (essas pessoas/os pais precisam de cuidados? fazem uso de medicamentos? quem administra?), se é preciso transportar/aplicar a insulina no trabalho durante o horário de almoço, revisão de sistemas.

 


Esse raciocínio clínico deveria ser exercitado em todos os casos da atividade e de acordo com as informações existentes em cada um.

Nesse momento, gostaríamos de ouvi-los! Comentários, opiniões sobre a atividade e eventuais dúvidas (inclusive sobre os casos 2, 3 e 4). É muito importante para nós o feedback, também, de vocês e queremos continuar compartilhando as experiências.

 

Cordialmente,
Leonardo, Fabiana, Marília, Thalita e Alan.

Última atualização: quinta-feira, 7 mai. 2020, 14:46