Glossário
Termos que podem ajudar a entender e engajar debates raciais, além de aprofundar conhecimento.
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BMBruno Marinho da Silva |
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BM | Sankofa | |
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"Sanko = voltar, fa =buscar" Filosofia que se baseia na sabedoria de enxergar no passado a oportunidade de construir o presente e o futuro. Origina-se de um provérbio tradicional dos povos de língua Akan da África Ocidental (Gana, Togo e Costa do Marfim) "se wo were fi na wosan kofa a yenki" que tem como tradução "não é tabu voltar atrás e buscar o que esqueceu" | ||
DADalila Amaral Abreu de Lima e Silva |
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DA | Color blindness ou Color blind racism | ||
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Originalmente o termo color blindness refere-se ao daltonismo - condição médica na qual o indivíduo é acometido por uma cegueira parcial para cores. Color blind racism diz respeito a narrativas que reforçam a ideia de cegueira de raça/cor, identificado em falas como: "eu não vejo negro ou branco; eu vejo todos como iguais". Embora, a princípio, pareçam discursos bem intencionados, tratam-se, na verdade, de uma resistência em participar de diálogos sobre questões raciais - uma das marcas da fragilidade branca - e resultam na anulação do debate sobre raça. Argumentos pautados por color blind racism negam o racismo estrutural a que pessoas negras estão submetidas, o que num país como o Brasil, que em diversos momentos da História adotou o mito da democracia racial como capital político, pode ser lesivo à construção de ações para evoluir a pauta negra e perpetuar o silenciamento dessa população. Leituras recomendadas: Quem vê cor, não vê luta: https://mundonegro.inf.br/quem-nao-ve-cor-nao-ve-a-luta/ A Grande Fraude: https://www.redalyc.org/journal/770/77065180019/movil/ | |||
DA | Heteroidentificação | ||
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“É um modelo de identificação étnico-racial de um indivíduo a partir da percepção social de outra pessoa". Ou seja, é quando uma pessoa identifica outra como pertencente a uma raça/cor a partir de sua percepção das características dessa pessoa. Esse modelo inicialmente foi utilizado para complementar a autodeclaração de candidatos(as/es) negros(as/es) a vagas reservadas em concursos públicos federais.A regulamentação desse procedimento foi realizada pela Portaria Normativa MPOG nº4, de 6 de abril de 2018, nos termos da Lei 12.990, de 9 de junho de 2014. Para esse modelo de identificação é utilizado o quesito de raça/cor estabelecido pelo IBGE. Leitura recomendada Portaria MPOG nº4/2018: https://docs.uft.edu.br/share/s/FpKipHAqTAaQSSvRRc6sXQ Lei 12.990/2014: https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2011-2014/2014/lei/l12990.htm Quesito raça/cor IBGE: https://educa.ibge.gov.br/jovens/conheca-o-brasil/populacao/18319-cor-ou-raca.html | |||
DSDebora Santos Rodrigues |
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DS | Feminismo Negro | |
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O feminismo negro surge quando o movimento feminista, que reduzia as lutas das mulheres a uma pequena parcela (mulheres brancas e de classe média e alta) e o movimento negro, que não debatia as questões de gênero. Ambos mostraram desinteresse pelas causas das mulheres negras que estavam sujeitas as facetas do racismo e da opressão de gênero de forma mais violenta. Nisto surge o feminismo negro que veio para tratar da realidade da mulher negra que é apagada diariamente. Entendendo que discussão de raça e gênero não podem ser tratadas separadamente, pois a separação coloca a mulher negra em um limbo e a violência que ela sobre tem a intersecção das duas opressões. | ||
EdEmily de Mesquita Cordeiro |
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Ed | Letramento Racial | |
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Conjunto de práticas, baseado em cinco fundamentos. O primeiro é o reconhecimento da branquitude. O indivíduo reconhece que a condição de branco lhe confere privilégios. O segundo é o entendimento de que o racismo é um problema atual, e não apenas um legado histórico. Esse legado histórico se legitima e se reproduz todos os dias e, se não for vigilante, o indivíduo acabará contribuindo para essa legitimação e reprodução. O terceiro é o entendimento de que as identidades raciais são aprendidas. Elas são o resultado de práticas sociais. O quarto é se apropriar de uma gramática e de um vocabulário racial. O quinto é a capacidade de interpretar os códigos e práticas “racializadas”. | ||
GNGustavo Nogueira Nobrega |
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GN | Microagressões | ||
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Microagressões são formas sutis de insultos verbais, não verbais e visuais, direcionadas a indivíduos com base em raça, gênero, etnia, classe social, dialeto ou religião, frequentemente feitas automaticamente ou inconscientemente pelos agressores, mas que são capazes de causar um profundo impacto sobre a vida dos agredidos.
Fonte: Revista Latinoamericana de Etnomatemática [https://www.redalyc.org/journal/2740/274047941004/html/] | |||
ICIasmin Cordeiro de Oliveira |
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IC | Interseccionalidade | |
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Termo usado, pela primeira vez, em 1989 pela jurista afro-americana Kimberlé W. Crenshaw para definir a interdependência das relações de poder de raça, sexo e classe. Sua origem remonta ao Black Feminism (feminismo negro), movimento do final dos anos 1970. A interseccionalidade propõe considerar as múltiplas fontes de identidade que permeiam um indivíduo, visando apreender as complexidades das identidades e das desigualdades sociais. A abordagem interseccional, mais do que apenas reconhecer que existem vários sistemas de opressão, evidencia a sua interação na produção e reprodução das desigualdades raciais - de forma que a opressão sofrida por uma mulher negra, por exemplo, não pode ser analisada como simplesmente a soma da opressão de gênero e de raça. | ||
JWJose Wellington Tiburcio da Silva |
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JW | Ação Afirmativa | ||
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Ações afirmativas são políticas focais que alocam recursos em benefício de pessoas pertencentes a grupos discriminados e vitimados pela exclusão sócio-econômica no passado ou no presente. Trata-se de medidas que têm como objetivo combater discriminações étnicas, raciais, religiosas, de gênero, de classe ou de casta, aumentando a participação de minorias no processo político, no acesso à educação, saúde, emprego, bens materiais, redes de proteção social e/ou no reconhecimento cultural (GEMAA - Grupo de Estudos Multidisciplinar da Ação Afirmativa) | |||
JW | Decolonidade | ||
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Nas palavras de Reis e Andrade: "O pensamento decolonial objetiva problematizar a manutenção das condições colonizadas da epistemologia, buscando a emancipação absoluta de todos os tipos de opressão e dominação, ao articular interdisciplinarmente cultura, política e economia de maneira a construir um campo totalmente inovador de pensamento que privilegie os elementos epistêmicos locais em detrimento dos legados impostos pela situação colonial e propõe romper com os pensamentos gravados nas mentes e corpos por gerações, representados, por exemplo, pelas tradições greco-romanas, eurocentradas, incorporando o pensamento dos povos originários (índios) e de diáspora forçada (negros) como epistemologias legítimas para a cultura dos povos colonizados". DE NOVAIS REIS, Maurício; DE ANDRADE, Marcilea Freitas Ferraz. O pensamento decolonial: análise, desafios e perspectivas. Revista espaço acadêmico, v. 17, n. 202, p. 01-11, 2018. | |||
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