Glossário
Termos que podem ajudar a entender e engajar debates raciais, além de aprofundar conhecimento.
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MLMaria Luiza Lamussi Monteiro da Silva |
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ML | Neurociência das raças | |
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Com o advento da neurociência está sendo possível demonstrar as bases neurais de diferentes processos psicológicos e sociais. Há algumas décadas, os cientistas já estudam sobre a representação mental de raça e etnia, e atualmente, vem surgindo estudos que apresentam evidências eletrofisiológicas, ressonância magnética funcional e outros métodos fisiológicos para entender como os indivíduos processam, avaliam e utilizam a variação humana ao longo da dimensão da raça. As áreas cerebrais que apresentam maiores ligações com a temática de etnias e raças são: amigdala, Córtex cingulado anterior, córtex pré-frontal dorsolateral e giro fusiforme. | ||
BMBruno Marinho da Silva |
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BM | Sankofa | |
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"Sanko = voltar, fa =buscar" Filosofia que se baseia na sabedoria de enxergar no passado a oportunidade de construir o presente e o futuro. Origina-se de um provérbio tradicional dos povos de língua Akan da África Ocidental (Gana, Togo e Costa do Marfim) "se wo were fi na wosan kofa a yenki" que tem como tradução "não é tabu voltar atrás e buscar o que esqueceu" | ||
GNGustavo Nogueira Nobrega |
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GN | Microagressões | ||
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Microagressões são formas sutis de insultos verbais, não verbais e visuais, direcionadas a indivíduos com base em raça, gênero, etnia, classe social, dialeto ou religião, frequentemente feitas automaticamente ou inconscientemente pelos agressores, mas que são capazes de causar um profundo impacto sobre a vida dos agredidos.
Fonte: Revista Latinoamericana de Etnomatemática [https://www.redalyc.org/journal/2740/274047941004/html/] | |||
SPStefanie Pereira Dias |
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SP | Afrofuturismo | |
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O termo busca descrever as criações artísticas que, por meio da ficção científica, inventam outros futuros para as populações negras. Embora a origem do afrofuturismo se situe no campo da produção literária, a mencionada entrevista, em que Dery aponta também para a produção literária de escritores como Samuel R. | ||
LSLíryo Leti Salesi Pereira |
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LS | Afrocentrar | |
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Expressão que surge para sintetizar a ação de valorizar, buscar e priorizar referências racializadas. A afrocentricidade é articulada por volta dos anos 80, pelo professor Molefi Kete Asante, e trás a possibilidade do pertencimento para pessoas pretas através da valorização dessa ancestralidade no centro do cotidiano. Uma perspectiva afrocêntrica busca, em suma, possibilitar uma construção coletiva do povo preto, demonstrando a existência e criação de referências além das acadêmicas. | ||
LS | Afrosurto | |
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Cunhado por Aza Njeri - professora e coordenadora de graduação do Departamento de Letras da PUC-Rio, doutora em Literaturas Africanas e pós-doutora em Filosofias Africanas - Afrosurto é entendido como um mal psíquico que acomete pessoas negras, sobretudo na diáspora brasileira, quando esses indivíduos tomam consciência do fenômeno do racismo de maneira prática em suas respectivas existências. Ou seja, o Afrosurto se manifesta quando pessoas negras brasileiras, em suas vivências individuais, desmistificam o mito da democracia racial e assimilam o racismo ao qual historicamente estão submetidas. Vídeo recomendado: https://youtube.com/watch?v=-VpktC5thOw&feature=share | ||
LS | Antirracismo | |
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O antirracismo parte do pressuposto de reconhecer o racismo como base estrutural da sociedade e é um termo cunhado para demonstrar que não basta ser contra o racismo, mas sim que é necessária uma participação ativa, que une ações práticas e intelectuais, para formar uma oposição às estruturas opressoras racistas. Reportagem sobre educação antirracista | ||
LS | Branquitude | |
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Um campo de estudos referente ao reconhecimento dos privilégios que envolvem uma pessoa branca em uma sociedade racista. No livro ‘Entre o encardido, o branco e o branquíssimo: Branquitude, hierarquia e poder na cidade de São Paulo’ Lia Schucman afirma que “A branquitude é uma racialidade construída socio historicamente como uma ficção de superioridade, que produz e legitima a violência racial contra grupos sociais não-brancos e beneficia os brancos dando a eles privilégios materiais e simbólicos”. O termo traduz a necessidade do reconhecimento do branco enquanto privilegiado e como esse passo é necessário para que pessoas brancas reconheçam (e mudem) seus papéis na manutenção de uma sociedade racista. | ||
LS | Colorismo | |
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O termo colorismo foi usado pela primeira vez pela escritora Alice Walker, conhecida no Brasil pelo romance A cor púrpura, adaptado para o cinema, em 1985, por Steven Spielberg. No ensaio em que a escritora reflete sobre o colorismo, If the Present Looks Like the Past, What Does the Future Look Like? (Se o presente parece com o passado, como será o futuro?), publicado no livro In Search of Our Mothers Garden (1982). A autora elabora sobre as diferenças no tratamento de pessoas pretas, com base em seu tom de pele, e constata numa maior inferiorização de pessoas retintas. No Brasil, contudo, o conceito do colorismo também inclui características como cabelo crespo, nariz largo, diastema, entre outras. Ou seja, dependendo dos traços atribuídos a pessoa, ela vai experienciar o racismo de formas diferentes. Essas diferenças no tratamento de pessoas pretas com base em seu tom de pele e suas características físicas reflete o preterimento de pessoas mais escuras e uma falsa inclusão da população negra. O colorismo contudo não é um problema exclusivo da interação entre a branquitude e o sujeito negro dos mais variados tons na sociedade, ele gera conflito também dentro da comunidade negra. A tolerância do sujeito negro de pele clara pela branquitude (que privilegia, mas não o livra do racismo), cria por vezes uma rivalidade entre estes e os negros de pele escura. Surge então, um sentimento de injustiça que pode intensificar a falsa ideia de que as pessoas pretas de pele clara não seriam negras, já que têm o „mesmo“ acesso e desfrutam da mesma liberdade de locomover-se em todos os espaços como as pessoas brancas. Esse acesso e tolerância levam também muitas pessoas negras de pele mais clara a duvidar de sua negritude, enquanto as pessoas negras de pele escura passam a entender suas vivências mais desveladas do racismo como uma reafirmação e prova da originalidade de sua negritude. | ||
LS | Racismo Ambiental | |
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O termo é utilizado para fazer referência à discriminação que populações marginalizadas ou compostas de minorias étnicas sofrem a partir da degradação ambiental. Tendo a sua criação atribuída ao ativista afro-americano Benjamin Franklin Chavis Jr. e intimamente relacionada ao movimento dos direitos civis americanos, a expressão denuncia a distribuição desigual dos impactos ambientais, sendo os indivíduos periferizados e invisibilizados historicamente os principais prejudicados pela poluição ambiental. Considerando o passado colonial, bem como a manutenção das estruturas sociais que acentuam as desigualdades étnicas e raciais no Brasil, é possível observar que a parcela mais vulnerável aos danos ambientais, não coincidentemente, é a população negra. Leitura recomendada: de Souza, A. S. (2015). Direito e racismo ambiental na diáspora africana: promoção da justiça ambiental através do direito. EDUFBA https://jornal.usp.br/atualidades/racismo-ambiental-e-uma-realidade-que-atinge-populacoes-vulnerabilizadas/#:~:text=O%20racismo%20ambiental%20%C3%A9%20um,sofrem%20atrav%C3%A9s%20da%20degrada%C3%A7%C3%A3o%20ambiental | ||