Nome:

Luis Salvadore

Turma:

1ºN e P

Relato:

Para essa quinta experiência tínhamos planejado um roteiro bem próximo do anterior em que eram tratados temas sobre velocidade média e velocidade instantânea de um modo que se assemelhava aos nossos cursos de laboratório, modo esse que se mostrou deficiente para atingir o resultado que esperávamos, logo as semelhanças entre esse roteiro e anterior ficam restritas apenas ao tema, já que nesse voltamos a usar a discussão de conceitos básicos como abertura da aula, onde os alunos discutiriam o que é velocidade se baseando nas discussões anteriores sobre aceleração, força e massa.

Porem por motivos de força maior o professor não pode estar conosco nessa ida a escola, com isso não conseguimos dar a primeira aula já que esperamos 15 minutos por sua chegada e mais 10 minutos até conseguir confirmar a informação que ele não viria, mesmo sobrando metade da aula os alunos estavam dispersos pelo pátio da escola já que esse é o costume quando se tem aula vaga.

Apesar desse problema um dos professores do Andronico pode nos acompanhar ao laboratório para que realizássemos a segunda aula, como a nossa ida a escola já estava de certa forma prejudicada pelos imprevistos eu aproveitei parte dela para conversar com os alunos sobre o que eles estavam achando das experiências e da nossa atuação em sala de aula e se os nossos roteiros estavam balanceados com relação à quantidade de discussões e cálculos. De acordo com os alunos todas essas questões estavam de acordo com o que eles esperavam e que os experimentos e os temas tratados estavam de acordo com o que eles viam em sala com o professor Rafael, quando perguntados qual modelo de aula eles preferiam todos aparentemente concordavam que os experimentos eram mais “legais”, a explicação pela preferencia era bem divergente, uns afirmavam que a disposição da sala contribuía bastante para a dinâmica da aula (bancadas e grupos) outros falavam que por ter “menos contas” ou por os grupos receberem atenção mais local quando eu ou o Guilherme sentávamos junto com eles nas bancadas.

Não sei por qual motivo, mas se formaram apenas três grupos nessa aula, no caso o Guilherme ficou com dois deles e eu fiquei o tempo inteiro com apenas um. Como sempre eu procurei focar mais (pra não falar que eu só fiz isso) as discussões de conceitos (primeira questão sobre o conceito de velocidade), sempre tentando manter dialogo com os alunos sobre o porque das coisas e especialmente como pensar as coisas, explorando e tentando aprimorar o perfil conceitual de velocidade dos alunos, em diversos momentos também questionei o silencio deles quando eu terminava uma afirmação, apesar deles não terem deixado claro eu notei que eles pareciam sentir um pouco de vergonha de falar do seu modo, especialmente pela falta de vocabulário ou da falta de prática com a organização de pensamentos. Primeiro eu tentei partir do oposto da pergunta “o que não é velocidade” para que os alunos então organizassem o pouco que eles falaram em palavras chaves como “rápido”, “mais ou menos”, “tempo”, “de lá pra cá”, enfim, comecei a tentar traçar um mapa conceitual de como aquelas coisas que eles haviam dito se comportavam de forma isolada e como elas se relacionavam com outras situações até que chegassem a cristalizar uma forma de ver velocidade de uma ótica interna a eles.

Não nego que fiquei bem feliz a me ver botando em prática parte da teoria que aprendi nas aulas de Elementos e Estratégias sobre perfil conceitual de Mortimer, porem o problema que eu sempre comento sobre o tema aparece de novo. Esse tipo de discussão não é algo compatível com os moldes de aula que temos a disposição, o tamanho do grupo eu considero ideal (cinco a sete alunos), porem uma discussão desse naipe não cabe em apenas trinta minutos, eu notei que os alunos expressaram algum tipo de satisfação quando eles viram que tudo aquilo que eles haviam dito se relacionava e que eles mesmos chegaram naquelas conclusões. Satisfação essa que também senti logo, no próximo experimento pretendo tratar apenas a observação de um fenômeno e discutir até o final da aula com um único grupo da mesma forma que fiz nessa aula, e reservar os minutos finais para que eles expressem de forma escrita os frutos da nossa discussão.

Anexos: Word Textdokument relato 7.doc