8. Ecologia da Restauração - continuação

Como restaurar/recuperar ecossistemas naturais?

Minimizando impactos negativos

A restauração de um ecossistema implica a sua reconstituição, da forma como era inicialmente. Essa meta é, na grande maioria dos casos, muito difícil ou impossível de se alcançar, especialmente nos ecossistemas tropicais, com sua imensa biodiversidade e complexidade. Muitas vezes também ocorre que não se conhece exatamente como era o ambiente antes de sua degradação e quais eram todas as espécies que o compunham. Assim, o que geralmente se faz é a reabilitação, ou seja, a recuperação da estrutura e das funções do ecossistema, mesmo que não seja com todas as espécies ou a biodiversidade original.

O grau de reabilitação que se conseguirá atingir num ecossistema degradado dependerá de: tipo da perturbação (ou impacto), origem da perturbação (natural ou antropogênica), sua escala temporal (perturbação repentina, gradual, de longa/curta duração), do tempo decorrido até a perturbação ser detectada, sua escala espacial (extensão), grau de resistência e resiliência do ecossistema, grau de conhecimento sobre o ecossistema, pessoal e técnicas disponíveis, recursos financeiros.

Assim, a restauração/reabilitação ambiental envolve um amplo conhecimento da estrutura e da dinâmica funcional do ecossistema (do processo sucessional, ecofisiologia e demografia das espécies envolvidas, ecologia das populações e das comunidades, processos genéticos etc.), assim como o conhecimento ou o desenvolvimento de técnicas de manejo. Nos ecossistemas em que perturbações periódicas naturais fazem parte da dinâmica do sistema – como o fogo em savanas e cerrados, ou clareiras em florestas tropicais – é preciso restaurar também esse ciclo de perturbações e na mesma intensidade, pois a sobrevivência de muitas espécies do sistema depende dessas perturbações naturais.

Como verificar se a reconstituição de um ecossistema foi eficiente?

O sucesso das ações de restauração/reabilitação pode ser verificado conforme o aumento gradual dos seguintes parâmetros: riqueza e diversidade de espécies vegetais e animais, presença de espécies-chave da comunidade (por exemplo, fornecedoras de alimentos a muitas espécies animais), aumento de biomassa e produtividade, aumento de matéria orgânica e retenção de nutrientes no solo, capacidade de resistir e reagir a pequenas perturbações. O que se espera é que o ecossistema reabilitado seja capaz de se autossustentar.

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