4. Fluxo energético através dos ecossistemas

Apesar de as pirâmides de energia representarem, de modo satisfatório, o fluxo de energia através dos diversos níveis tróficos, ainda que adotemos o modelo trófico aqui apresentado, elas não representam a matéria orgânica armazenada, nem as entradas e saídas de energia na forma de subsídios internos ou externos e trabalhos, nem as trocas de energia com outros ecossistemas. Ademais, é grande a diversidade de organismos que, na comunidade em que vivem, atuam em mais de um nível trófico simultaneamente.

Um exemplo: um detritívoro dificilmente irá aproveitar apenas a matéria orgânica morta, já que em geral esta se encontra colonizada por uma variedade de organismos decompositores, que são digeridos juntamente com seu substrato orgânico. Assim, ele é ao mesmo tempo detritívoro e microbívoro. O mesmo se aplica aos onívoros: a biomassa humana não pode ser contabilizada em um nível trófico em particular, já que o ser humano se alimenta de produtores, herbívoros e carnívoros diversos (e até decompositores – exemplo do champignon; Figura 7.4).


Figura 7.4 Por ser onívoro, o ser humanos não ocupa um nível trófico em particular.
Fonte: CEPA