3. As pirâmides ecológicas

As conhecidas pirâmides ecológicas são representações gráficas da contribuição relativa dos vários níveis tróficos, através dos quais se transfere matéria e flui energia no ecossistema. Existem três tipos de pirâmides: as de biomassa, de número e de energia.

Acabamos de aprender que pirâmides energéticas são representações de fluxo (Figura 7.2); este, por sua vez, não está obrigatoriamente vinculado ao estoque: um fluxo energético intenso pode ocorrer através de um pequeno estoque de biomassa e vice-versa. É fácil imaginar uma pia cheia de água (estoque grande), com a torneira e o ralo, ambos, deixando passar 5 litros de água por minuto (fluxo intenso). O mesmo fluxo poderia ocorrer, estando a pia com pouca água (estoque pequeno) ou mesmo vazia! Ao contrário das pirâmides de números e de biomassa, as de energia nunca podem ser invertidas exatamente por isso: se o ralo da pia usada como exemplo for ligado à torneira de outra pia, nesta última seria impossível haver um fluxo maior que 5 litros por minuto (faltaria água para isso). Aqui, as duas pias ligadas em série correspondem a dois níveis tróficos sucessivos.

Já pirâmides de número são representações gráficas do número de indivíduos (Figura 7.3). Ao contrário das pirâmides de energia, as pirâmides de número podem ser invertidas. Considere o seguinte esquema: um grande número de gramíneas sustenta um número menor da gado, que por sua vez, abriga uma enorme quantidade de carrapatos. O mesmo é verdade para o terceiro esquema.


Figura 7.3 Representação de pirâmides de número.
Fonte: CEPA

E por fim, pirâmides de biomassa são representações do peso seco total de um nível. Por exemplo, se considerarmos a cadeia milho – gafanhotos – sapo – cobras veremos que o peso seco do milho disponível é muito maior do que o dos gafanhotos, e assim sucessivamente. Assim como a pirâmide de número, pirâmides de biomassa podem ser invertidas. Entretanto, quando consideramos ambientes aquáticos observamos que o peso seco do fitoplâncton existente (produtores) é menor do que o de zooplancton, e assim sucessivamente. Isso porque os produtores nesse caso se reproduzem de maneira rápida e contínua, de modo que apesar de em dado momento sua biomassa ser menor, esses produtores podem sustentar uma grande biomassa de consumidores. Desta forma, produtores bem menores mas em grande quantidade são ingeridos por consumidos cada vez maiores.