Roteiro da Semana 2
4.1 Condições
Podemos definir as condições como sendo os “fatores abióticos que influenciam no funcionamento dos seres vivos” (Begon et al. 2007). Como exemplos de condições podemos citar o pH, a temperatura e a salinidade, dentre outras.
A diferença básica entre uma condição e um recurso é que as condições não são consumidas e não se esgotam, mas caracterizam o ambiente em que os organismos vivem, isto é, o seu habitat (temperatura, vento, salinidade, pressão, radiações diversas).
Você sabia?É interessante comentar que, apesar de haver um nível ótimo das condições para cada organismo, no qual este organismo tem seu melhor desempenho, não conseguimos medi-lo exatamente. Na prática, só conseguimos medir o efeito indireto das condições sobre alguma propriedade-chave do organismo, como por exemplo, a taxa reprodutiva ou a atividade de uma enzima. |
Podemos caracterizar os organismos de acordo com as condições. Por exemplo, se utilizarmos a temperatura, podemos dividir os organismos em ectotérmicos (dependem de fontes externas de calor, não regulam sua temperatura corporal) e endotérmicos (regulam a temperatura pela produção de calor no próprio corpo, não dependendo da temperatura externa).
A temperatura é uma das condições que mais influencia a distribuição dos organismos. Os organismos distribuem-se na terra de acordo com as temperaturas, que também influenciam os climas existentes. Veremos um pouco mais sobre os efeitos das variações de temperatura na Terra sobre a distribuição dos organismos na disciplina de Biodiversidade.
Já se considerarmos a salinidade, temos a famosa distribuição de um costão rochoso, onde a zonação característica é determinada, entre outros fatores, pelas condições ambientais que a salinidade determina.
Figura 2.3. Esquema da zonação em um costão rochoso.
Fonte: Extraído de Begon et al. 2007.
Na Figura 3, vemos um esquema da zonação em um costão rochoso, determinada por diversos fatores como a salinidade, temperatura, vento, umidade. Na região supralitorânea os organismos estão mais expostos aos fatores abióticos externos, por isso encontramos seres que toleram mais a dessecação, por exemplo; já a região média é a que está sujeita às flutuações da maré, e os organismos que vivem ali devem tolerar tanto a submersão nas marés altas quanto ficar exposto às condições externas durante a maré baixa; a zona infralitorânea está sempre submersa, independente da maré, por isso as condições nessa zona são mais estáveis e organismos mais sensíveis às variações podem viver nessa área (extraído de Begon et al., 2007).
O costão rochoso é mesmo uma região muito didática e excelente local para visualizar os fatores limitantes, e as condições e recursos distintos que resultam no padrão de zonação. Vamos explorar um pouco mais esse ambiente? Entre no nosso fórum e participe!