O experimento de Miller e Urey



A ideia dos pesquisadores foi a de recriar, em pequena escala, a atmosfera e o oceano primitivos e ver que tipos de alteração ocorriam quando o sistema era submetido a fontes de energia.

Como se sabe qual era a composição dos oceanos e da atmosfera de muitos bilhões de anos atrás?

A natureza redutora da atmosfera da Terra primitiva foi inferida, indiretamente, através da análise da composição das atmosferas de outros planetas do sistema solar. Isso é possível pelo uso da técnica de espectrografia da luz que passa pela atmosfera dos planetas antes de chegar aos telescópios. Em planeta algum, além da Terra, se observou uma atmosfera tão oxidante como a nossa. Atualmente, a atmosfera terrestre é tão oxidativa que, se houvesse uma proporção maior de oxigênio, haveria combustão espontânea do material combustível. Como há muito tempo se sabe que o processo de fotossíntese resulta na formação de oxigênio molecular (O2), os pesquisadores supuseram que o oxigênio presente na atmosfera seria o resultado do acúmulo de produtos da fotossíntese.

Atualmente essa idéia, de que a atmosfera terrestre primitiva não era oxidante, tem sido comprovada por outras evidências obtidas em nosso próprio planeta. As jazidas de ferro somente podem ser depositadas em um ambiente redutor, pois, em um ambiente oxidativo, os óxidos de ferro resultantes não se depositariam nos minerais que conhecemos. De fato, os minerais de ferro que somente poderiam ser formados em ambientes redutores, como por exemplo a pirita (sulfeto de ferro), também conhecida como "ouro dos tolos" por possuir um brilho amarelado, somente são encontrados em estratos geológicos muito antigos. Além dos minerais ferrosos, outros minerais que só poderiam ser formados em condições de baixa concentração de oxigênio, também, são encontrados somente em estratos muito antigos.

O experimento de Miller e Urey constava de um sistema fechado em recipientes de vidro, que continha água e os gases metano, amônia, hidrogênio, monóxido de carbono e vapor d’água. O esquema do aparelho é mostrado na Figura 1.

Figura 1 - semana 2

Figura 1