Vias eferentes (2)


O sistema nervoso autônomo


O sistema nervoso autônomo é controlado pelo hipotálamo e é subdividido em simpático e parassimpático. Este sistema é o responsável pelo controle de todas as funções vegetativas inconscientes, tais como controle da frequência cardíaca, mobilização de glicose, frequência respiratória e produção hormonal, entre outras, por inervar basicamente três tipos de tecidos: glândulas, músculo liso e músculo cardíaco. Enquanto o sistema somático prima pela velocidade e precisão da ativação de músculos esqueléticos, o sistema nervoso autônomo atua de forma múltipla e distribuída, cujo balanço entre inibição e ativação sinápticas permite um controle sistêmico graduado e coordenado.

Outra diferença entre os sistemas somático e autônomo reside em que, enquanto o primeiro controla seus alvos por uma via monossináptica, o segundo o faz por uma via bissináptica. Os corpos celulares de todos os neurônios do sistema nervoso autônomo estão localizados fora do sistema nervoso central em agrupamentos denominados gânglios. Estes neurônios, denominados pós-ganglionares, são controlados por neurônios, cujos corpos celulares se encontram no tronco encefálico ou na medula espinhal, e são denominados neurônios pré-ganglionares.

As subdivisões autonômicas simpática e parassimpática controlam as funções fisiológicas geralmente de maneira antagônica. A divisão simpática está mais associada a respostas relacionadas a situações pontuais de estresse, de modo que se atribui ao sistema simpático o controle de respostas do tipo fuga-ou-luta. Já o sistema nervoso parassimpático está relacionado a funções relativas ao funcionamento coordenado do organismo a longo prazo como, por exemplo, crescimento, digestão e armazenamento energético.

Outra diferença entre os sistemas nervosos autônomos simpático e parassimpático é o tipo de neurotransmissor por eles utilizados. Assim como observado nos neurônios alfa e gama do sistema nervoso somático, o principal neurotransmissor do sistema autônomo é a acetilcolina. A acetilcolina é liberada pelos neurônios pré-ganglionares dos sistemas simpático e parassimpático e também pelos neurônios pós-ganglionares do sistema parassimpático. Por outro lado, os neurônios pós-ganglionares do sistema simpático utilizam a noradrenalina como neurotransmissor. Estes neurotransmissores desencadeiam respostas intracelulares diferentes nas células-alvo e, enquanto a acetilcolina tem um efeito mais local, a noradrenalina geralmente se difunde para maior distância, podendo atingir a corrente sanguínea.