As novidades evolutivas e a cooptação



No tópico anterior, mencionamos a aquisição de uma novidade evolutiva. Relembrando que, na evolução, não há projetos a partir do zero, ou a partir da "prancheta de desenhos", as características de um organismo devem estar também nos ancestrais. Assim, estruturas "novas" somente podem evoluir a partir de estruturas que existiam nos ancestrais. A esse mecanismo é dado o nome de cooptação, que é sinônimo de aliciamento. Como mencionamos a capacidade de voo no tópico anterior sobre radiações adaptativas, o surgimento de asas na evolução pode ser um exemplo apropriado. Evidentemente, asas minúsculas não conferem a capacidade de voo. Por esse motivo, estruturas com outras funções devem ter originado as asas. E foi exatamente isso que ocorreu. Entre os animais, as asas surgiram em quatro grupos independentemente: nos insetos, nos pterodáctilos (atualmente extintos), nas aves e nos morcegos. Nos insetos, onde essa habilidade evoluiu primeiro, as asas surgiram de expansões dos apêndices locomotores, cuja função anterior estava, segundo uma teoria, relacionada com a capacidade de planar ou, segundo uma teoria alternativa, com a capacidade de deslizar em superfícies aquáticas. No caso das aves, dos pterodáctilos e dos morcegos, as asas originaram-se a partir de modificações dos membros anteriores, antes utilizados para locomoção terrestre.

Veja abaixo vídeos sobre a evolução das asas (uma sequência de quatro vídeos, em inglês, com cerca de 43 minutos no total).



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