Radiações adaptativas



Há muitos exemplos de grupos de organismos, que não são encontrados em vários estratos geológicos mais antigos, mas estão representados em abundância nos estratos mais recentes. Um exemplo notável desse padrão é aquilo que é conhecido como a "Explosão cambriana" dos grandes grupos (filos) animais. O período Cambriano originou-se há cerca de 540 milhões de anos e caracteriza-se por apresentar grande diversidade de animais multicelulares. Antes disso, há evidências de que já havia metazoários, como pode ser visto na fauna de Ediacara, nome dado a uma região da Austrália onde foram encontradas rochas anteriores ao período Cambriano.

!!! Clique aqui para ver algumas amostras de rochas onde se podem ver fósseis de animais multicelulares.


O que pode estar envolvido em uma radiação adaptativa? Trata-se de uma oportunidade que aparece de tempos em tempos, em que uma espécie, por ter uma característica apropriada, passa a ocupar nichos ecológicos que não eram ocupados anteriormente. A partir disso, especiações subsequentes ocorrem de maneira rápida de tal forma que geram uma diversidade nova a partir dos descendentes dessa espécie que "conquistou" esse nicho até então inexplorado.Um nicho ecológico, no entanto, é uma propriedade do organismo. Assim, a rigor, não há sentido no conceito "nicho ecológico vazio". Entretanto, se analisarmos retrospectivamente, podemos adotar esse conceito. Por exemplo, não podemos falar em um "nicho ecológico aéreo" se não existem organismos que voam. Mas, a partir da constatação de que, em uma determinada época, a habilidade de voar surgiu na evolução, deduzimos, retrospectivamente, que havia um nicho inexplorado relacionado com a capacidade de voo. Por outro lado, se há grandes extinções, os nichos ecológicos explorados pelos organismos extintos são nichos potenciais que podem ser explorados por outros organismos, que não os ocupavam devido à competição dos organismos que acabaram sendo extintos.