Seleção natural e adaptação



Quando Darwin cunhou o termo "seleção natural", ele o fez por ser uma analogia direta com a seleção artificial que vem sendo feita há milênios com plantas e animais domesticados pelo homem. Logo que nossos antepassados começaram a cultivar ou criar animais ou plantas que fossem de seu interesse, especialmente para a alimentação, perceberam que, se utilizassem para reprodutores ou matrizes aqueles indivíduos que tivessem as características mais desejáveis, nas próximas gerações, essas características passariam a ser mais comuns nas gerações subsequentes. Essa é uma prática milenar, que acompanhou o homem na sua jornada em direção à construção das civilizações.

A existência de adaptações nos seres vivos também já é de conhecimento dos estudiosos desde a Antiguidade. Todos aqueles que observam os seres vivos se admiram com órgãos ou estruturas adaptados às suas funções. Quem já observou um beija-flor pairando estático no ar com suas minúsculas asas que batem em ritmo tão frenético, que mal conseguimos distingui-las durante o voo, e um urubu, que plana com as asas estendidas praticamente imóveis, sabe que um beija-flor jamais conseguiria planar com suas asas minúsculas em relação a seu corpo e que um urubu não conseguiria ficar parado no ar com suas asas enormes.

A teoria da evolução por seleção natural de Darwin e Wallace juntou esses dois aspectos: As estruturas biológicas são do jeito que são porque os organismos que as possuem foram selecionados, naturalmente, por longos períodos de tempo. No caso do beija-flor e do urubu, a teoria propõe que essas duas espécies de aves descendem de um ancestral comum às duas espécies.