A disciplina tem como objetivo introduzir as/os estudantes a problemas e achados de pesquisas inscritas no campo da sociologia da educação, mobilizando as ferramentas teóricas apresentadas no primeiro semestre para analisar a trajetória de configuração da instituição escolar, em seus nexos com o Estado-nação e o Estado Social, bem como as singularidades de tal processo de formação em um contexto como o brasileiro. Ainda, pretendemos refletir sobre os significados sociológicos da perene “crise da escola” e da educação escolar.

O curso está organizado em duas partes mais distinguíveis somente em termos analíticos: a primeira dedicada a uma espécie de arqueologia da escola, examinando como seu nascimento se conecta à emergência de outras experiências centrais ao projeto moderno (a família, a infância, o próprio dispositivo disciplinar); a segunda dedicada à análise da trajetória da educação escolar, em seus nexos com os direitos civis, políticos, sociais e humanos – especial atenção será dedicada ao exame da construção de políticas educacionais no Brasil, que apenas recentemente (anos 1990) logrou a universalização do acesso à escola, em um contexto marcado pelas contradições da democratização pós 1985 e intensas transformações nos mundos do trabalho, da política e da gestão pública.

Trata-se, assim, de reunir elementos de reflexão e compreensão do que a chamada “crise da escola” tem significado atualmente, enfrentando a imensa inflação de discursos sobre e em torno do escolar e buscando reabrir as possibilidades de pensar o lugar da educação formal em projetos que se opõem à naturalização de desigualdades e injustiças.