O curso se inicia com uma reflexão sobre o fazer antropológico como estudo da diversidade. Em seguida as discussões serão organizadas em dois blocos principais que apresentam as primeiras décadas de desenvolvimento da disciplina enquanto saber acadêmico, abrangendo o período entre meados do século XIX e a década de 1930. A abordagem é ao mesmo tempo cronológica e temática, ou seja, busca-se apresentar as principais questões e linhas teóricas presentes na disciplina em sua fase inicial.

O primeiro bloco apresenta o evolucionismo, paradigma teórico predominante no momento de constituição da disciplina, trazendo alguns dos principais autores da época e as questões que moviam o pensamento antropológico então. Neste bloco também são discutidas algumas das críticas já elaboradas por autores da época tanto aos métodos quanto à perspectiva teórica dos evolucionistas. O bloco se encerra com a questão da sistematização do método etnográfico por Bronislaw Malinowski, que representa uma mudança radical em relação ao tratamento da diversidade na antropologia e, em suas linhas gerais, persiste como paradigma teórico-metodológico da disciplina até hoje.

O segundo bloco, que abrange um período não muito distinto do primeiro, foca a produção de autores ligados à chamada Escola Sociológica Francesa. Proximidades e divergências em relação aos autores evolucionistas tratados no primeiro bloco, bem como a seus críticos, serão elaboradas. Interessa explorar sobretudo nesse conjunto de textos a apresentação de temáticas que se tornarão centrais ao pensamento antropológico, como a questão dos princípios de classificação, a noção de pessoa, o corpo e a questão da troca.