O curso visa contribuir para a formação teórica mais geral dos alunos de mestrado e doutorado em antropologia aos quais se destina, em função de um eixo temático e problemático preciso. Trata-se de realizar a leitura de autores que se dedicaram ao exame das práticas (centrais na reflexão antropológica a partir dos anos 1980, segundo S. Ortner), ou que a tomaram como perspectiva analítica em função de inspirações diversas (as teorias da linguagem, por exemplo). Práticas que nos endereçam aos rituais, que mobilizaram a atenção da antropologia desde seus primórdios, e às discussões mais recentes sobre a “agência”, noção que interpela criticamente a ideia de representação, e que se desdobra em reflexões sobre a agência de não-humanos, objetos, máquinas, tecnologias etc. Refletir sobre os feitios das práticas, indagando sua forma e seus sentidos, eis o objetivo central do curso. Práticas que nos conduzem aos “fazeres” e às suas operações técnicas; assim como aos itinerários e às errâncias; às transformações e devires. O programa se detém sobre alguns de nossos clássicos-modernos-contemporâneos, propondo uma reflexão sobre as ideias em função de seus contextos de produção e debates, e indagando também o seu alcance e limites.