Estudar a produção e o consumo do mercado da arte na sociedade brasileira oferecendo elementos de análise sob a ótica da identidade e memória para a compreensão e a interpretação do patrimônio cultural, considerando sua ampla complexidade como fenômeno social que engloba dimensões distintas sob as óticas econômica, histórica, educacional, política e cultural.

APRESENTAÇÃO

O curso pretende abordar a produção artística recente das artes plásticas ligadas ao suporte urbano (performances, interferências e instalações) compreendendo o corpo simbólico e a sua dinâmica nos processos de identidade, significação e associação. Daremos embasamento teórico pós-estruturalista da filosofia contemporânea para justificar a abordagem histórica, relacional e espacial. 

OBJETIVOS ESPECÍFICOS

  •  Entender a evolução das artes ligadas à performance nas metrópoles;
  •  Absorver e vivenciar conceitos ligados ao corpo-performático no espaço urbano se apropriando da cultura e identidade local; 
  •  Discutir as táticas e práticas da performance associada ao suporte urbano com foco na experiência corporal; 
  •  Apresentar artistas, grupos e projetos como referência da prática criativa da performance.

Esta disciplina tem por objetivo reavaliar o conceito de abstração na arte do século XX. Pretende-se discutir como esse conceito foi forjado na historiografia da arte moderna e quais têm sido as novas perspectivas de análise das experiências de abstração ao longo do século XX. Dentro dessa nova abordagem, a disciplina poderá contar com a participação de especialistas convidados, bem como terá parte de suas atividades desenvolvidas no contato direto com o acervo do MAC USP, e eventuais outros acervos que sejam pertinentes para o estudo do tema em questão. 

Até recentemente, a historiografia da arte do século XX, sobretudo aquela que delineou a noção mesma de arte moderna, havia tomado o conceito de abstração como um dos definidores das práticas artísticas do período, apontando, muitas vezes, para uma leitura linear da narrativa da arte. Ademais, tal conceito foi vinculado diretamente à racionalidade e à laicidade, que teriam caracterizado a experiência moderna ao longo do século XX. De uma década para cá, essas questões têm sido revistas, e há novas evidências sobre a experiência de abstração. Além disso, tal experiência tem suscitado novas abordagens que levaram, inclusive, a estudos sobre abstração em territórios periféricos, nos quais são outros elementos que vieram a caracterizá-la. Assim, nos estudos mais recentes em torno das várias experiências de abstração, especialistas e pesquisadores têm convocado a especialidade de outras disciplinas para uma análise desses fenômenos. 

A disciplina tratará do conceito de abstração na experiência artística ao longo do século XX, considerando alguns tópicos de revisão fundamentais:

  • abstração e teorias da forma na tradição artística do ocidente 

  • abstração e arte moderna - As vanguardas e as experiências de abstração do início do século 20

  • abstração em exposições históricas - as exposições consideradas marcos do advento da abstração + aquelas ocorridas no Brasil 

  • abstração e formalismo (o mito da arte abstrata)  

  • abstração e espiritualismo 

  • a experiência de abstração fora do centro e suas interlocuções com culturas visuais autóctones 

  • abstração e política  - Arte concreta nos anos 1930, na Europa e sua chegada ao Brasil 

  • abstração e a arte de não-artistas 

  • mulheres artistas abstratas 

  • abstração geométrica e lírica no segundo pós-guerra 

  • artistas imigrantes e abstração - EUA/Brasil e os contatos com o Extremo Oriente

  • as chamadas artes aplicadas e arquitetura 


A disciplina será oferecida com a colaboração de Mahfouz Ag Adnane, Antonia de Thuin e Sandro Cajé.

Seu objetivo é oferecer uma reflexão sobre temáticas relevantes para a compreensão da história das artes no continente africano, construindo uma perspectiva crítica e sistematizada. Nos encontros que teremos em História da Arte Africana
 (EHA-5712) neste primeiro semestre de 2021, pretendemos criar possibilidades de discussões e de pesquisa com foco nos entrelaçamentos entre artes - como instituição e campo acadêmico, práticas criativas de trajetórias de artistas e de comunidades -, e sua base/matéria/suporte. Na tensão das artesanias de arte, indagamos afastamentos e proximidades que diferentes sistemas de tessitura de sentido estabelecem entre artes e seus feitios, considerando temporalidades diferenciadas a partir do presente.

Além de espaços de explicitação de linguagens múltiplas do contemporâneo mundi-localizado e enunciações existenciais do cotidiano (a exemplo de Festivais culturais e redefinições de museus e feiras), buscamos discutir técnicas e estratégias de criação, produção e investimentos (de inovação, renovação e de sobrevivência), para abrir horizontes a manifestações artísticas que estão alimentando processos criativos em África nesse momento atual. Ou seja, para fazermos pontes e conexões a fim de que o novo e as releituras das permanências se apresentem para nós.

 Realçamos:

- o pensamento artístico está igualmente na transmissão e aperfeiçoamento (receber, transformar e passar a diante) do conhecimento, conectado com presente, futuro e passado (sendo, portanto, tecelagem da história) e modos de vida; 
- a criação artística e a construção de identidades como intrinsecamente conectadas entre si e ao meio ambiente como corpo-conexão;
- a organização rizomática de arte e/com/de tecnologias presentes na arte africana atual (fotografia, redes sociais, cinema etc.);
-  o borramento dos campos de linguagens artísticas, mantidas separadas no ocidente, por não operar dentro de classificações estanques de expressão artística. 
- a co-presença de coisa e seres (como campo simultaneamente, complementar, concorrente e antagônico), humanos e alterhumanos com subjetividades conectadas em biosfera comum e relação com materiais-naturais.
- os objetos (feitos) contam e participam continuamente da construção da história e das artes, formando campo de atenção metodologicamente denso.  Esse debate nos  remete, também,  aos processos África-Europa-América do Norte, formação de museus, circulação de objetos e os embates sobre restituição.       
 Nossa preocupação tem uma postura ética epistemológica que implica o constante exercício de (re)definir quem, para quem, onde, quando como guia de olhar expressões estéticas e éticas em/sobre África.